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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Azizá - O protetor das florestas

Vódun Azizá

Aziza é um Vodun do interior das florestas. É um Vodun que vive nos mais profundos e escuros lugares das florestas, descrito como anão e peludo, ligado ao mundo das criaturas estranhas, a Höxò, a Tòxosú, a Agué e as Kenesis.
É por excelência o Vodun dos mistérios das plantas. Também é o Vodun que faz aflorar no homem os mais profundos sentimentos ligados a arte, as emoções e seu sentido de existir.
Está ligado aos mistérios e fundamentos de todos os Voduns por sua relação com os mistérios das plantas e das folhas.
Aziza não tem culto muito difundido na diáspora como Agué cujo culto se sobressaiu sobre o de Aziza, embora dentro do culto de Agué, principalmente nos ritos onde se usa amä (folhas) Aziza seja invocado e louvado, pois os dois Voduns tem muitas ligações.
Abaixo um xwenuxó (itan) de Aziza da tradição oral dos jejis e um poema de invocação a Aziza:
“Certa vez um caçador que emigrou para uma determinada área bem florestada, estranhou por que a caça estava à cada dia que passava mais reduzida, num dia em que caçava no interior de uma floresta, onde aprofundou-se, e sem ouvir sequer um ruido, voltando-se depara com um ser pequenino, tipo anão, de olhos luzentes e avermelhados como brasas vivas, era Azizà, grande amawato (curandeiro), azètɔ ́(feiticeiro) e protetor dos animais e plantas das florestas que se apresentou e lhe perguntou o que ele fazia ali? O caçador respondeu que estava em busca de caça, porquê estava com fome. O pequeno ser, então, disse que da próxima vez que voltasse, trouxesse dois frangos para comer, mas que lhe faria um “bò” para que nunca faltasse comida em casa, já que fazia muitos e com distintas finalidades. Mas o que seria o tal “bò”? O caçador muito assustado com tudo isso, voltou para casa pensando como poderia levar dois frangos se somente tinha um galo e uma galinha?
Chegando em casa, para seu maior espanto, sua galinha botara muitos ovos, e alguns chocaram, e dalí se pôde tirar os frangos e levar para a floresta para que aquele gênio lhe preparasse o “bò” para sua prosperidade. O caçador penetrou na mata e assobiou chamando Azizà que lhe entregou uma estatueta esculpida em madeira, e lhe ensinou como tratá-la. Ele retornou com o “bò” e a partir dalí suas criações e campos cultivados prosperaram incessantemente, então o “bò” passou a ser adorado como objeto de culto vodún que desempenha funções místicas específicas.
Aziza (Poema)
Aziza, clarividente espírito nos profundos abismos. Nem seus pés ou mãos deixam vestígios. Na trilha dos volumosos arbustos intercalados, sem cortes, sem ferramentas ou pirilampos na noite. Seu corpo e sua mente passaram por moradas do medo, trilhas iluminadas pelo escuro opaco e preto para entrar no reino cobiçado, mas de desconhecidos gênios.
Aziza, tua lenda alimenta várias histórias, canções e contos, e para a conta do seu destino para sempre enganados. A série de mistérios brota na lenda ancestral. Quem reforça o seu passado e seu personagem reanima a contesta. Em um solo úmido ou madeira podre, enlameada, na floresta ou sobre os montes nus, a chuva é a suspeita de tuas virtudes e de seu colorido, de seu nada e de seus feixes de madeira morta.
Em seu pensamento e seus gritos de pesados silêncios, algumas glórias ao segredo de sua medida. Outros afirmam a fúria de sua ira. Mas para todos, és uma estadia de profundidade desconhecida. Seu conhecimento das plantas, Aziza, faz da floresta, que sábio pára, para assistir na madrugada ou à noite.
Você confia na serpente que levanta a folha e faz os mortos retornarem à vida, desde o sapo. Em pálida tristeza, por vezes o guerreiro procura sua ajuda, que é de uma forma desconhecida de todos os homens.
Na palma do Loko você recolhe a água, que o céu em misericórdia enviou ao seu pedido. A procissão do vento acompanha o seu produto, e o sopro de suas localizações em passos surdos sem tentar manter o seu legítimo lugar. Invisível ao homem, com seu talento e sua íris, é Aziza no seu mítico, vagando longe dos perigos.
Tu visitas a nossa coragem em nossas entranhas, forja envergonhada, e é eleito um prodígio em sua volta, enquanto que transformou. De sua força, eles têm uma grande consciência, mas em sua memória, eles perderam a faixa, despossuídos pelo véu do passado, do cordão umbilical da sobrevivência. Eles, seus poderes e seus dons para proclamar os benefícios.
Da sua boca a palavra que alivia e cura, de suas mãos, a receita que se refere à doença. Com base nisso, eu baseio a minha crença – Aziza – na sua existência, feito desfoque e mistério que não sai. Aziza, o espírito do gênio, continua a ser aquilo que sempre foi. 
(Poema feito por: Fiangor, Rogo Koffi.)


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