Páginas

Orixás

Vóduns

Minkissi

Página no Facebook

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Dangbé - A cobra real


Vódun Dangbé

Dangbê é a píton sagrada, cultuada sobretudo em Uidá, no Benim, onde seu convento principal fica em frente a catedral católica romana. Não pode se confundir com Dan. Enquanto Dan é associado às serpentes em geral, Dangbê é representado pela inofensiva píton real. A píton é, aliás, considerada como morada do próprio vódun. Enquanto Dan possui aspectos masculinos e femininos em separado, Dangbê é simultaneamente macho e fêmea. Mas da mesma forma que Dan, também Dangbê é associado ao arco-írís.
Dizem que o culto de Dangbê é originário da Estado Savi Hweda, no litoral ao sul de Ouidah, e que ele saiu diretamente do próprio mar, sendo considerado filho de Hu, o oceano imutável e misterioso que a tudo circunda. Dangbê rege a imortalidade, a duração das coisas, a preservação da vida, e seus iniciados, os dangbesì falam em dialeto hwedá durante o período de reclusão no hunkpame.
Uma tradição conta que foi Dangbê quem "abriu os olhos dos homens", mas se desconfia que essa afirmação pode ter nascido com a introdução da tradição bíblica, que trata do papél da serpente no Jardim do Éden.
O centro de seu culto era Savé, onde era cultuado como o tóhwyó (ancestral mítico divinizado) da família real hwedá reinante, sendo também, portanto, um henu-vodun. Quando o Rei do Dahomey conquistou o reino hwedá em 1727, o culto de Dangbê foi transferido de Savi para Ouidah.
Os fon classificam quatro sub-espécies de píton, cada uma cultuada em um hunkpame diferente de Ouidah.
  • Na Diáspora, tanto no Vodu no Haiti, como no Candomblé Jeje, Dan e Dangbê parecem haver se fundido em uma única entidade. Também identificado no merindilogun pelo odu iká e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igbá Dangbe;

Culto no Benim:

1 - Dan no Benin - Ouidah O culto de Dangbé conheceu seu apogeu em Ouidah, onde está seu templo até os dias de hoje. Os Dadas, seus adeptos, anualmente, faziam sacrifícios de bois, cabritos e frangos para a python. Atualmente, devido à escassez de animais para sacrifício, os adeptos arriscam-se caçando roedores Logo que um não adepto descobre uma Dangbé em sua casa, previne o sacerdote Dangbénon ou a uma pessoa que conheça os costumes deste réptil. Eles pegam a cobra como um fetiche em sua mãos ou ao redor do pescoço e levam-na, silencioso e concentrado, até o templo. Eles acreditam que a picada da python traz imunidade contra qualquer veneno Dan é, freqüentemente, representado por uma serprente (python) ou um arco-íris. A primeira vista, alguns historiadores comentam tratar-se de ofiolatria. Mas a serpente de que se trata aqui é um espírito que habita o espaço e cujo deslocação determina os ciclones. Dan apreende-se do princípio vital do qual depende os seres humanos para manterem-se vivos e a terra em equilíbrio. Para escapar de Dan, basta friccionar o corpo com boldos de cebola ou xingá-lo com palavras bem grosseiras. Ainda sob a forma humana, Dan pode entrar em casas. Os que o acolhem são recompensados com tesouros mas, quem o afasta, é amaldiçoado. Dan é muito guloso, grande apreciador de bananas e óleo de palma. Recebe estas oferendas na frente de um pequeno par de assentamentos que representam Dan macho e Dan fêmea. Dan, em Ouidah - Sua morada é o firmamento, onde se encontra sob a forma de arco-íris (Aido Wedo). Não se mostra nunca sem sua fêmea. Conta-se que há dois arco-íris, mesmo que só consigamos ver um, e que antes de sua ascensão, teria vivido 41 anos no nosso mundo. A configuração dos países, o lugar das cidades, os acidentes geográficos (montes, vales), são os vestígios de sua estada prévia em nosso mundo e o arco-íris, vestígios de sua estada remota. Os homens (sobretudo os caçadores) que Dan quer enriquecer, conduzem-no por uma força invisível ao local onde é chamado o rabo do arco-íris e são induzidos a tocarem na terra. Os homens têm como efeito desta força invisível, um desejo de fazerem uma profunda escavação no que acham ouro, pérolas, toda sorte de tesouros. Dan protege nomeadamente o Danson, o Dansi e o Dannou. A pessoa consagrada ao Dangbé é um Dangbési.

2 - A Floresta Sagrada
A floresta foi consagrada pelo rei Kpassé, Ouidah, onde fizeram um círculo mágico, silencioso, transparente ao ar. Os grandes deuses fixam seus duros olhos. Heviosso, Dan, Sakpata. E também os Voduns reais como Dâguessou, protetor do rei Ghézo, com seus poderes contidos em pequenas cabaças, fetiches em forma de bracelete. À entrada, o grande Legba figura numa expressão profana sob os irokos centenários, Tokougagba conta com os irmãos e todo o panteão dos Voduns. E toda a rota dos escravos é demarcada por esculturas de pedra, limite de uma memória fascinante e triste.


2 comentários:

  1. Não é verdade que só consigamos ver no céu apenas um arco-íris, apesar da sua ocorrência um tanto rara, em determinadas ocasiões vemos dois arco-íris, um ao lado do outro.
    Sendo que para os crentes alguns fenômenos cromáticos também são entendidos como arco-íris, a exemplo da coloração em torno da lua ou a aurora boreal.

    ResponderExcluir
  2. eu concordo no firmamento surge dois arco iris ! um sob o outro !

    ResponderExcluir