sábado, 26 de dezembro de 2015

Kabila - O caçador e pastor

Nkissi Kabila

Kabila é o Nkissi caçador pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta, cultuado no Brasil em candomblés de Nação Angola, e tem semelhança com o Orixá Oxóssi do Candomblé Ketu.
Kabila é um dos jinkissi nkongo, ou seja, espirito caçador e junto com ele trabalha os jinkissi Nkossi e Katendê. Seu nome significa "pastor" pois, Kabila é um nkissi do pastoreio e é aclamado pelos bantos como o senhor dos pastos. Desde gados, fazendas, sítios, campos, pastagens e vegetações rasteiras pertencem à Kabila e à ele é atribuído o arco e flecha, símbolo de caça usado por todos os caçadores na África, e também um objeto de pastoreio, uma espécie de vareta usada em pastagens para controlar os gados e animais de porte grande.
Os povos bantos na região da Angola e do Congo tem um certo carinho pelas divindades caçadoras, tanto que a região central recebeu o nome de Nkongo, onde hoje é a República do Congo. A palavra Congo vem de Nkongo que significa "caçador". Esta região recebeu esse nome devido o fato das aglomerações de cultos feitos aos jinkissi caçadores, esse culto é globalizado e chamado de Ngunzu que são as divindades pertencentes do culto aos caçadores, pastores, pescadores, agricultores, horteleiros e semeiadores. Como Mutalambo ou Mutakalambo, Kabila, Gongobila, Terekompensu, Baranguange, Nangê e etc. Entre os vários Jingunzu (Ngunzu no plural), Kabila era titulado aquele que cuidava dos pastos e campos de pastagens. Quando Mutaburungunzu, o mais velho, deixou o cargo de pastor, deu à Kabila todos os direitos e deveres de um caçador pastor, então, se fazia agrados à esse nkissi com carnes de gados como boi, cabrito, ovelha, aves e porcos. O sacramento do sacrifício pertence á Kabila, pois, ele era aquele que tinha o poder sobre animais de pastagens e fazendas, e como em todos os rituais são feitos sacrifícios de animais, usando mais as galinhas, pombos e cabritos, então se é necessário ter a permissão do nkissi Kabila para que se possa fazer o sacrificio com exaltidão sem que Kabila ou o nkissi para o qual se está dando o sacrifício não se inquizile. 
O papel de Kabila mostra o quão necessário é se manter o alimento, dando uma outra visão de caça, não aquela que se busca e se mata na hora para o alimento, mas, aquele que se mantém e guarda para que quando necessário, se terá o alimento, cuidado e bem protegido, sem a necessidade de buscar o alimento como fazem os caçadores e os pescadores. Então, assim como os agricultores e semeiadores, os pastores cumprem o papel de reservar o alimento para que se possa te-lo depois, então para isso é preciso cuidado, zelo e atenção aos gados, para que eles possam ser utilizados depois para servir como alimento, seus couros usados como tambores e roupas e seus chifres usados nas roupas e assentamentos das divindades caçadoras. Á Kabila pertence os couros dos tambores, assim como na nação Ketu e nação Jeje os tambores pertencem aos caçadores, consequentemente Orixá Oxóssi de Ketu e Vódun Otolú de Jeje. Quando se criou o primeiro tambor, Kabila utilizou de um tronco oco de tamanho extenso com um grande burado na boca, nesse buraco colocou o couro do bisão e com aquele tambor saiu pelos campos e matas tocando e batendo sem parar. Dali, várias culturas bantos aderiram os tambores em seus cultos, vendo como a música é harmônica e mexe com o corpo, alegrando suas tribos e povos nos meios de seus cultos.
No culto ao pasto, é necessário fazer-se sacrifícios á Kabila para que se haja fartura, prosperidade e bonanças no ramo. Suas cores é o verde-claro com branco lembrando as gramas e matos de pastos. Carrega um arco e flecha e uma espécie de vara usada por pastores na África, tipo um cedro. Nas cinturas, os chifres de touros junto á cabaças, lembrando seu envolvimento com Katendê, o nkissi das folhas, também lembrando o fato dos caçadores também serem feiticeiros. Sua comida favorita são carnes de gados como cabrito, carneiros e boi.


Mutalambo - O pai dos caçadores

Nkissi Mutalambo

Mutalambo, Mutak' lombo ou Muta são nomes que revelam a Natureza do caçador e a face divina de Nzambi, como provedor. Mutakalambô é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, Nkisi da fartura e da riqueza. A Mutakalambô conferido o título, Rei de toda a Floresta,  o senhor de tudo que nela existe, o dono do Ixí (Terra), Na África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes. Na história da humanidade, Mutakalambô cumpre um papel civilizador importante na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, a própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da Natureza e impor a sua marca no Mundo desconhecido. A caça são formas primitivas de busca de alimento, são os domínios de Mutakalambô, Nkisi que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana, a luta pela sobrevivência. Mutakalambô é o Nkisi da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, representa o domínio da cultura, sua flecha é como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos sobre a Natureza. astúcia, inteligência e cautela são os atributos, pois como revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. É o melhor naquilo que faz, está permanentemente em busca da perfeição, essa divindade é responsável pela manutenção da tribo e ainda tem a função de manter a vigilância noturna nas aldeias garantindo-lhes a segurança. Está ligado a abundância de alimentos no Nzo, proporcionando a fartura, a alimentação, a bem-aventurança financeira do Mona Nkisi e da clientela. Filho de Mikaia e Lembá,irmão de Njila e Nkossi pai de Terekompensu e esposo de Ndandalunda é o deus da caça e vive nas florestas, onde moram os espíritos dos antepassados. É considerado o pai da ciência e de tudo que envolve descobrir e progredir. Tem a virtude de dominar os espíritos da floresta. Na África era a principal divindade, onde era conhecido pelo nome de um valente caçador de grandes animais. Conduziu sje eu povo a guerra e os ensinou a arte de guerrear, permanecendo até hoje como um grande caçador. Ocupa um lugar de destaque nos Candomblés em Salvador e no Rio de Janeiro, hoje em todo Brasi. Mutakalambô é o único Nkisi que entra na mata da morte, joga sobre si um pó sagrado, avermelhado, que passou a ser um de seus dotes. Este pó o torna imune à morte e aos Nvumbes. Sendo ele um Rei, carrega um espanta moscas que só era usado pelos Reis Africanos, pendurado no saiote. 
Suas cores podem ser o verde-escuro com vermelho ou o azul-turquesa e seus fios é o verde-escuro podendo intercalar com o vermelho ou não, isso depedende de Nzo para Nzo.


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Xauê - O patrono dos guerreiros

Nkissi Xauê

Nkisi Xauê ou Nxae é a divindade patrona dos Jinkissi guerreiros. Divindade cultuada na Angola no leste de Loanda e no sul de Mukongo. Xauê é velho e grosseiro, tido para muitos o verdadeiro Nkissi da guerra e das contendas, sua força emana embates e lutas das quais matam povos e muito sangue é derramado. Esse Nkissi foi deixado um pouco de lado depois da diáspora negra devido muitos dos seus adeptos terem sido mortos e escravizados, e muitos sacerdotes desse Nkissi eram velhos que para o senhores de terras não faria serventia alguma, então foram mortos ou espancados até a morte.
Xauê é muito agressivo, então muitos pais e mães de santos da nação Angola preferem não iniciar ninguém para este Nkissi, fazendo no lugar um Nkissi mais próximo e um pouco mais benevolente, este sendo Nkossi ou Mavambo, assim, durante os anos, muitos foram perdendo a verdadeira forma de culto deste Nkissi por medo de sua fúria e destruição vasta, e substituindo as pessoas desse Nkissi por Nkossi, fato que Nkossi ficou mais conhecido do que Xauê, o qual poucos escutam falar. Mas, ainda é possível encontrar rezas e zuelas (cantigas de louvação) à essa divindade, e muitos ainda iniciam este Nkissi na cabeça de pessoas, tendo o conhecimento ainda arcaico dessa divindade para de haver ainda um culto à ele.
Na mitologia Bantu, Xauê é o grande patrono dos guerreiros pai de Nkossi e Nangê que foi casado com Mikaia e mais tarde com Nzumbá tendo um filho com ela chamado de Katú. Sua personalidade arredia e agressiva lhe valeu o apelido de valentão, e muitos temiam a força de Xauê por sua brutalidade e braveza, então Xauê era muito solitário por ser muito esquentado, assim ninguém beirava e ninguém ousava desafiar Xauê. Certo dia foi desafiado por Karamose, a Nkissi do poder feminino e da guerra, Xauê ficou irritado e ousou desafiar Karamose para o embate, diferente do que muita gente pensam, Xauê perderia o combate, vencendo somente com o auxílio de Nkossi, onde se tornou excepcionalmente o senhor da guerra. Há uma certa semelhança com a lenda yorubá do embate de Ogún com Obá, onde Ogún venceu de Obá com a ajuda de Exú, mas neste caso, venceu com a ajuda do próprio parceiro de campo chamado de Nkossi sem o envolvimento de Njila que seria o Exú para os bantus.
A cor de Xauê é vermelho lembrando o fato de se banhar de sangue, e suas vestimentas também são o vermelho com o verde-escuro ou azul-marinho, usa duas espadas e carrega uma lança nas costas, quando manifestado se comporta de forma agressiva e não pode ser a nenhum momento questionado ou tocado de forma agressiva ou desrespeitosa, caso isso ocorra, este Nkissi se inquizila de imediato e a pessoa em prol é castiga com um acidente de trânsito ou atacado por armas de fogo ou branca, de forma que não fique vivo ou com fortes sequelas no corpo, Xauê não visa que castiga, este castigando até o próprio sacerdote ou sacerdotisa da pessoa na qual imcorpora.
Suas atribuições culinárias é com muito azeite de dendê e peincipalmente inhame, e só pode ser acalmado com mel.


Nkossi - A guerra e a forja

Nkissi Nkossi

Nkisi Nkosi é derivado da mesma família como Nkondi, mas está diferentemente composto é usado pelo Nganga durante a iniciação de noviços. O termo Nkosi se refere a o leão, Nkisi de Kongo Ocidental, Nkosi um ser grande é o Nkisi das contendas, Nkisi da guerra, rege as lutas, batalhas, brigas, divindade masculina dos povos Bantu.
Nkosi é um grande guerreiro e também habilidoso ferreiro, é filho de Mikaia e irmão de Njila e Mutakalambo, o Nkisi da caça. Nkosi vive nas estradas, sendo o próprio caminhar das pessoas, protegendo-a nas ruas, estradas e trilhas da vida. Protege também a entrada dos Jinzo (casas no plural, Nzo= Casa) de nação Angola e Congo juntamente com seu irmão Njila, e protege também as entradas das florestas onde mora juntamente com seu irmão caçador Mutakalambo, sendo assim então um chefe da guarda alta de casas, templos e matas em geral. 
É o Nkisi do ferro, dos ferreiros e de todos que utilizam esse metal, força da natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes. O sangue que corre no nosso corpo é regido por Nkosi, considerado como um Nkisi impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável, é a vida em sua plenitude. Os lugares consagrados a Nkosi ficam ao ar livre, na entrada das casas e terreiros, geralmente são feitas em forma de bigorna junto às árvores. Nkosi é representado também por franjas de palmeira ou dendezeiro desfiadas, que penduradas nas portas ou janelas, representam proteção, cortando as más influências e protegendo contra pessoas indesejáveis. O culto a Nkosi é bastante difundido tanto no Brasil quanto na África, sem sua permissão e proteção, nenhuma atividade útil, tanto no espaço urbano como no campo poderia ser aproveitada. Deve ser invocado logo após Pambu Njila ser encaminhado a porta abrindo caminho para os outros Minkisis (Deuses). Como na África ele é representado por sete objetos de ferro pendurados em uma haste de metal, a importância de Nkosi vem do fato de ser ele um dos mais antigos dos Minkisis, e também em virtude de sua ligação com os metais e aqueles que os utilizam. Nkosi como personagem histórico, teria sido o filho de Nzambi Mpungu, um dos mais velhos, era um temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra várias Cidades e as destruiu. saqueou e devastou muitos outros Estados e apossou-se das Cidades, matou vários Reis e Comandantes, em uma dessas Cidades Nkosi instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Rei. Por razões que ignoramos, Nkosi nunca teve o direito a usar uma coroa feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de missangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza, foi autorizado a usar apenas um simples capacete de metal, e isso lhe valeu ser como um soldado, até hoje sob o nome de "Nkosi o Rei Guerreiro, conhecido no Brasil" pelos descendentes da Angola trázidos para esses lugares. Nkosi teria sido o mais enérgico dos filhos de Nzambi Mpungu, Nkosi decidiu depois de numerosos anos ausente, voltar para visitar seu filho. Infelizmente as pessoas da Cidade celebravam no dia da sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto, Nkosi tinha fome e sede, viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém havia respondido às suas perguntas, ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo. Nkosi cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral por ele considerado ofensivo, começou a quebrar com golpes sabre os potes, logo depois sem poder se conter passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes de vinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede os habitantes da Cidade cantavam louvores onde não faltava a menção. Satisfeito e acalmado, Nkosi lamentou seus atos de violência e declarou que já viveu bastante, baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Antes de desaparecer entretanto ele pronunciou algumas palavras. Essas palavras ditas durante uma batalha Nkosi aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou, porém elas não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois se não encontrar inimigos diante de si é sobre o imprudente que Nkosi se lançará. Como Nkisi, Nkosi é o deus do ferro dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal: agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores, desde o início do século, os mecânicos, os condutores de automóveis ou de trens os reparadores de velocípedes e de máquinas de costura vieram juntar-se ao grupo de seus fiéis. Nkosi é único mas diz-se que ele é composto de sete partes, frase que faz alusão às sete aldeias, hoje desaparecidas que existiriam em volta das Cidades. O número 7 é pois associado a Nkosi e ele é representado nos lugares que lhe são consagrados por instrumentos de ferro em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha, símbolos de suas atividades.


Vangira - A senhora da sexualidade

Nkissi Vangira

Vangira ou Va-Njila é o lado feminino de Nkissi Pambu-Njila. Ela representa a sexualidade feminina e para os Bantus, representa também a fertilidade feminina e a menstruação. É uma Nkissi que atua também junto à Kissimbi, Mikaiá e Dandalunda, então se liga as águas e também ao fogo como seu masculino Njila. Dizem alguns que na verdade Vangira é o Nkissi Njila disfarçado de mulher para se manisfertar na cabeça das mulheres, pois, segundo os Bantus, Njila não se manifesta na cabeça de mulheres, este Nkissi sendo substituído por Vangira.
Em terras angolas, Vangira era cultuada ao lado de Njila em Benguela e também em Loanda, onde hoje seu culto está praticamente extinto. Quando se houve a diáspora negra no século XVI, muitos dos seus adeptos na Angola foram mortos e sentenciado a serem escravos devido o fato de Vangira ser simbolizada como uma mulher nua com seios fartos e bunda farta, sua vagina que é seu maior símbolo é destacado aberto e saindo dele sangue simbolizando a menstruação da mulher, e seu corpo é de uma cintura fina com quadril largo e extenso simbolizando a fertilidade feminina. Quando essa imagem foi mostrada para os europeus, eles associaram ao diabo como forma feminina, sendo Njila a forma masculina do diabo já que é simbolizado por uma estatueta com o pênis ereto. Isso para os europeus cristãos estava totalmente ligado aos pecados da Luxúria e da Gula, já que Njila é um Nkissi que come muito, foi assim automaticamente associado ao diabo da crença cristã. Como na África, Vangira era louvada ao lado de Njila, então recebia também o nome de Pambu-Njila, consequentemente quando esse culto veio para o Brasil, alguns adeptos tentaram salvar os cultos da antiga terra de onde se originaram, então juntaram à outros povos que também queriam salvar alguns de seus cultos, e dentro de suas Senzalas onde chamavam de Nkongá (Templo), iniciou-se os primeiros cultos de Mbanda para o resgate de antigos costumes afroangolano e afronigeriano. Com o tempo, esse costume foi se adaptando, e Pambu-Njila começou a ser reverenciado também as imagens de sexologia brasileira como homens e mulheres, onde se originou também chama-los de Pambu-Njilas, com o tempo passando e esses costumes secretos se propagando, foram sendo alternados e modificados para uma forma mais aceitável pela igreja católica, então o nome foi mudado para Pombagira e os homens sendo chamados de Exú, já que alguns adeptos da Nigéria se juntaram aos angolanos nas Senzalas. Assim se iniciou o princípio do princípio da religião onde hoje é conhecida popularmente como Umbanda (Mbanda ou Ngbanda que significa Magia, ou o ato de se fazer magia).
Vangira então ficou praticamente esquecida tanto em Angola como aqui no Brasil após essa adaptação de cultos e ritos, assim, foi se perdendo ao longo dos tempos até ter sido praticamente esquecida até mesmo pelos povos da nação Angola e Congo. Hoje algumas casas tentam resgatar esse culto à parte de Njila pois, é uma mulher da fertilidade, então alguns Tatás e Mametos se viram na necessidade de recuperar os cultos profanos de Vangira. Esta sendo totalmente modificada ao longo dos anos.


Aluvaia - O primeiro dos Jinkissi

Nkissi Aluvaia

Aluvaia, o primeiro dos Jinkissi e o mais velho de Nkossi. Aluvaia é o grande mensageiro dos Jinkissi, levando as mensagens dos homens para as divindades e vice-versa. Aluvaia funciona como aquele que serve de intermediário para os dois mundos, então ele não para, sempre em movimento, correndo e agindo. Contam os mais antigos que à esse Nkissi que se deve o fato de se fazer a Kizomba (festa) no Nzo (casa), pois, é graças à Aluvaia que uma festa acontece, ele procede o que lhe é ofertado e se for de bom agrado, ele faz com que toda a festa ocorra nos conformes protegendo o barracão de mal-feitores, bandidos, invejosos, animais perigosos e espíritos zombateiros. Para Aluvaia se deve o fato então, de sempre lhe ofertar a farofa com dendê e pimenta que lhe é entregue jogando em três montinhos na rua em frente ao barracão, assim se oferece de Aluvaia para Njila, o guardião dos caminhos.
De Aluvaia se originou todos os Jinkissi do caminho, como Mavambo, Njila, Vangira, Mavu, Maviletango, Bombo e etc..., então sempre se refere à Aluvaia o começo da festa, em seguida seu amigo inseparável chamado de Nkissi Pembá.
Aluvaia é então o senhor dos caminhos,ruas e encruzilhadas .É um Inkisi difícil de ser definido de maneira coerente. Ele gosta de gerar disputas e provocar acidentes. É grosseiro, vaidoso, indecente, a tal ponto que os primeiros missionários, assustados, comparam-no ao Diabo. A presença de ALUVAIÁ esta no membro ereto do macho, na penetração da fêmea, na ejaculação, na primeira célula que está em formação, na paixão, no desprezo, no engano, na dor, no consumo de álcool e tóxico.
Porém, ALUVAIÁ possui o lado bom e, se êle é tratado com consideração, reage mostrando-se servisal e prestativo. Se, ao contrário, esquecerem de lhe oferecer sacrifícios e oferendas, podem esperar catástrofes. Desta forma, revela-se o mais humano dos Inkisi, nem completamente mau, nem completamente bom.
Històricamente, ALUVAIÁ teria sido um dos companheiros de KUKUALUNGÁ, princípio feminino, quando da sua chegada a BENGUELA, e chamava-se NZILÁ. Tornou-se mais tarde, um dos assistentes de KASSUMBENCA ( SENHOR DA ADIVINHAÇÃO), que preside a adivinhação pelo sistema de NGOMBO ORACULO  e rei de ANGOLA  sob o nome de PAMBU NJILÁ SENHOR DOS CAMINHOS
Como Inkisi, diz-se que ele veio ao mundo com um porrete, chamado OGÓ, que teria a propriedade de transporta-lo, em algumas horas, a centenas de quilômetros e atrair, por um poder magnético, objetos situados a distâncias grandes. ALUVAIÁ é o guardão dos templos, casas, cidades e das pessoas e serve de intermediário entre os homens e os deuses. Por esta razão é que nada se faz sem ele e sem que oferendas lhe sejam feitas, antes de qualquer outro Inkisi, para evitar suas tendências a provocar mal-entendidos entre os seres humanos e em suas relações com os deuses e dos deuses entre si.

Pambu-Njila - O senhor dos caminhos

Nkissi Pambu-Njila

Pambu-Njila é o senhor dos caminhos. Na Mitologia Candomblé Angola Bantu, Pambu significa encruzilhadas e Njila  significa caminho, Pambu Njila é um Nkisi, intermediário entre os seres humanos e outros Nkisis, o senhor do caminho e dos começo, guardião das aldeias que tinha seu culto, geralmente nas suas entradas. A pronuncia Pambu Njila,  podemos dizer: só fale comigo se realmente estiver certo do que quer, Nkisi mensageiro entre os homens e as divindades, um Nkisi considerado guardião e pai, tem seu lado agressivo e ao mesmo tempo gentil e passivo. Pode ter matado um pássaro ontem com uma pedra que jogou hoje. Ele é encarregado de zelar pelos caminhos da vida humana e responsável pela evolução dinâmica. Pambu Njila é o principio de tudo a força da criação, o nascimento, equilíbrio negativo do Universo. Ele é a célula, mantem a geração da vida o que gera o próprio infinito, quantas vezes precisar. É considerado primeiro, o primogênito, responsável e grande mestre dos caminhos, o que permite a passagem o início de tudo. Pambu Njila é a força natural viva que fomenta o crescimento, o primeiro passo em tudo o gerador do que existe do que existiu e do que ainda vai existir. Ele está presente mais que em tudo e todos, na concepção global da existência. A capacidade dinâmica de tudo que tem vida, principalmente dos seres humanos que carregam em seu plexo, elemento dinâmico denominador. O elemento de Pambu Njila é o fogo (Tubia) divindade que conhece todos os atalhos, todos os caminhos e está com seu filho em todos os lugares que ele possa ir, não há portas fechadas para essa divindade. Esse Nkisi está ligado diretamente a todos caminhos, estradas, fronteiras, ruas, vielas, becos, encruzilhadas, atalhos, subidas, descidas, enfim, está em todos os movimentos de ligação de ir e vir, de mudanças novos rumos. Pambu Njila é um Nkisi respeitado e sempre será o primeiro à ser louvado e homenageado, recebe homenagens e louvações, primeiro que qualquer outro Nkisi, ele quem guarda, Dibitu (porta) do Nzo e também tem a função de avisar a outros Nkisis, que as cerimônias religiosas terão seu início. Pambu Njila é filho de Mikaia e irmão de Nkosi e Mutakalambô. Dos três é o mais agitado, capcioso, inteligente, inventivo, preguiçoso e alegre, é aquele que inventa histórias, cria casos. Em uma de suas muitas histórias podemos entender exatamente sua capacidade inventiva, sua conduta maquiavélica e sua maneira prática de resolver seus assuntos e saciar seus desejos. Assim é Pambu Njila, senhor dos caminhos pai da verdade e da mentira, o deus da contradição, do calor, das estradas, do princípio ativo de vida, o mestre de tudo e nada.

Mavilutango: Responsável direto pela ordem do barracão, é o que recebe realmente a maica, a ele saudamos e pedimos a segurança do portão, para um bom andamento do Kizomba (fésta). Quando dizemos que despachamos, não é Mavilutango que estamos despachando e sim, estamos o enviando a nossa porta para segurar as brigas, os invejosos, espíritos perturbadores, e etc. Muitos usam o termo vou despachar Exú ou Mavilutango, o que na verdade seria vou despachar a porta e lá deixar Mavilutango, fiscalizando e neutralizando todas as Kizilas. É impossível afirmar que se trata da vibração, da força que interliga o Ixí (Terra) e Duilo (Céu).