domingo, 7 de agosto de 2016

Kitembo - O rei da Nação Angola, a divindade do tempo


Nkissi Kitembo


Kitembú é a divindade do tempo e das estações do ano, é ele quem comanda o clima, se chove ou não, se faz calor ou não, se neva, se esfria, se esquenta, se vira para tempestade, enfim o que estiver relacionado com o tempo, esse é o comando de Kitembú.

Kitembú é um Nkissi ( divindade Bantú ) muito conhecido e cultuado por eles, porém, pouco se sabe sobre esse magnifico Nkissi.
Em umas de suas trajetórias, Kitembú seria o Nkissi que livrou seu povo ( tribo Bantú ) de um ataque e erroneo no antigo local de morada, que após jogar um pó branco ( Pembá ) para o céu, se tornou bandeira e guiou Kitembú e seu povo para um lugar onde não seriam atacados e nem destroídos, contemplando assim, Kitembú o Rei da Nação Angola ( Kabinda - Bantú ).
Sua origem se desvem de Bantú, porem alguns dizem que Kitembú tambem seria Orixá, e cultuado nos Candomblés de Ketú e Jejê, mas não há nada que prove essa tese ou diversifica essa história, tendo que ser comparado com Orixá Irokô para se ter o culto em outras nações.
Pois bem, conhecemos que Kitembú é o rei da nação Angola e que comanda o tempo e as estações, mas o que chega ser esse Nkissi, quais suas caracteristicas e determinações?! Pois então, Kitembú é classificado como um velho, mas um velho muito ativo, inquieto e mandão, é um beberrão e gosta de farrear com as coisas, coisas que vemos com o proprio tempo, ora esta frio, ora calor, ora sol, ora chuva, não se dá para compreender o tempo e nem suas determinações, mas isso é crucial, pois Kitembú é um Nkissi muito concentrado em sua função dada por Nzambi, porem quando se enfurece, faz com que o tempo se limite entre sí mesmo e começa a ficar perdido, dessa forma Kitembú ponha - se a beber, ficando embriagado pela bebida alcoolica, Kitembú fica louco e hostio ao mesmo tempo, ocorrendo as mudanças climaticas momentanes, o tempo de tédio, horas perdidas e etc.... ocasionando serios acontecimentos que até o proprio Nzambi fica perdido, onde que quando ele esta assim, dá ordens aos outros Nkissis sem saber o que esta dizendo, ocasionando furiosas tempestades, terremotos, nevadas, ou até mesmo guerras, consquistas de impérios, doença epidermicas, ataque de animais, perca na agricultura, pois é Kitembú que limita as funções dos outros Nkissis, e estando num estado embriagado, fala e da ordens nas quais não se compreende e tambem não se segue a risca de Nzambi, ocorrendo esses serios fatos.
Kitembú só consegue ser acalmado após ser muit bem tratado por Nkissi Pembá, Mavambo ou Kaiaiá, pois são Nkissis que conseguem se comunicar integralmente com ele, dando lhe a ajuda e a firmeza para que Kitembú não se perca outra vez, por isso a razão de Mavambo conseguir se transportar entre o tempo e entre um lugar ao outro, pois Mavambo é a unica divindade fora Nzambi que consegue voltar ao passado, estar no presente e ir para o futuro ao mesmo tempo, tendo grande importancia em cultos e tambem nas conclusões de Kitembú, Pembá é o Nkissi do destino, da sabedoria e do acontecer, ele é o proprio acontecer, pois é ele quem faz o continuo espaço tempo, tendo forte ligação com o Nkissi Kitembú, e Kaiaiá, pois é a mãe de todos os Nkissis e protetora, tendo uma função de sanear a mente, ou seja, a sanidade mental de cada ser.

Kitembú tem como grande parceiro seu amigo Mutalambo, Nkissi da caça, da floresta e dos animais, pois a cada império consquistado ou a cada caça abatida, Mutalambo joga o pó de pembá ao ar, se tornando uma bandeira, sub dizendo " Eis aqui o fim do tempo de tal lugar, vida, sociedade, ou etc" significando que o tempo de vida ou de mandato de tais acabaram. Também tem forte ligação com Kaiangú, Nkissi dos ventos, tempestades e raios, pois é com ela que Kitembú se forte identifica na hora de mostrar todo seu poder, e é com ela que vem a terra fazer sua passagem, por isso o vento sempre se interliga com o tempo e vice - versa. Tem grande e importante ligação com Zumbá, pois alguns dizem que é seu filho, outros dizem que seu marido, mas a relação entre Kitembú e Zumbá é intensa e bem licita, pois Zumbá é a morte, a dona de Nvumbi ( morte ) e a comanda, e a morte é o inicio e o final de tudo, e mostra que o tempo da pessoa na terra acabou e é hora de voltar ao além, nos dando a conclusão de que tudo existe um tempo, e de que nada é eterno, tudo tem um começo, um meio e um fim, mas que nada se termina, apenas recomeça novamente de uma outra forma.
É irmão de Nsumbú, o Nkissi da terra, das doenças e da saúde, e sua ligação com Nsumbú é bastante forte, mas tambem precária, pois Nsumbú e Kitembú vivem brigando, por isso ocorre as vezes epidermias ou doenças por varios anos ou em varias pessoas. Tem uma intensa ligação com Nzazi e tambem com Luango, Nkissis do trovão, justiça e da lei, pois Nzazi é o poder em comunicação, e o proprio raio e trovão, e Luango é o intermediário entre o céu e a terra, tendo em suas aparamentas uma chave, mostrando que Luango tem a chave do céu em seu comando dado por Lembá, nos dando identificação de que o tempo corre tanto no céu, quanto na terra, e de que a maior prova disso é a mudança, onde entra Hongolo, pois Hongolo é o Nkissi cobra, do arco - iris como seu proprio nome, da advinhação e das mudanças, pois é Hongolo que tuda muda, que tudo transforma, que tudo mexe, é ele o senhor dos movimentos e do "mudar" de vida, dando a intendificação fortemente com Kitembú, pois Hongolo muda tudo, mas sem a passagem e a ordem de Kitembú, nada se muda, nada se transforma e nada se inicia, sem Kitembú, Hongolo não pode continuar o ciclo, formando - se a evolução, que é a maior mostra de passagem de tempo na terra, onde se concentra Nkissi Nkossi ( Ogún - Ketú ) ou ( Gú - Jejê ), pois é ele o senhor dos metais, dos caminhos e da evolução, e para se seguir o caminho, precisa - se te tempo, pois é no tempo que encontraremos nosso caminho, e mostraremos nossa evolução. Kitembú tem passagens e fortes e importantes ligações com todos os Nkissis, tambem com Danda Luna, Katendê, Zimbá Ngondo, Karámoze, Telekompenzo, ou seja desde Mavambo á Lembá, pois é Kitembú quem determina o caminho, o tempo, o mudar, o passar, transformar, evoluir, faturar, ganhar, perder, esperar, conquistar, revolucionar, voltar, prosseguir, diminuir, crescer, amar, odiar, aprender, ensinar, ou seja, o viver de cada e de todas as pessoas do mundo, seja de animais, plantas, humanos, elementos ou objetos, pois é Kitembú quem decide e que determina seu existir, o seu viver.

SUA COR: branco com prata, tambem branco com verde e vermelho, ou todas as cores.
ADORNOS: ferramenta de metal de bandeira, uma lança, ou pode carregar tambem uma ampulheta.
DIA DA SEMANA: terça - feira.
DATA COMEMORATIVA: 10 ou 11 de agosto.
FIO DE CONTA: branco, verde e vermelho.
SAUDAÇÃO:
Nzará Kitembú, Kiuá Tateto Ndembwá Talenú!!


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Hongolo-Mea - O reflexo de Hongolo


Nkissi Hongolo-Mea



Hongolo-Mea, é a cobra femêa de Hongolo, o Nkisi do arco-íris.
Hongolo-Mea é erroneamente comparada com Orisa Yewa dos Yorubas, pois, Yewa não é a cobra femêa de Osumare, tendo esse posto a outra divindade Yorubá que mais tarde falaremos dela. Hongolo-Mea aparece junto à Hongolo no céu quando nasce o arco-íris, e cumpre um papel importante para a cultura Banto, embora muitas vezes não seja tão valorizada e cultuada como deveria ser.

É uma divindade do duilo (céu), e raramente aparece, por isso é tão comum não vermos com tanta facilidade adeptos deste Nkisi nas casas de nação Angola-Kongo, e por se tratar de uma divindade tão rara, se deve total respeito e honra quando aparece. É dito pelos mais antigos do seguimento Banto que só se pode ter uma pessoa iniciada para Hongolo-Mea em uma casa de nação Angola-Kongo e, só poderá ter outra se caso esta única venha falecer, pois, este adepto cumpre uma função dentro da casa, que é reabastecer sempre a água de todas as quartinhas dos Minkisi, e também do poço consagrado à Hongolo, na qual somente Hongolo-Mea e o sacerdote ou sacerdotisa podem mexer.

É dotada de um vasto poder, embora seja vista como o lado feminino de Hongolo, cumpre funções próprias como reabastecer o céu de água para uma nova chuva, e refletir a imagem de Hongolo, já que é dito pelos Bantos tradicionais que Hongolo foi amaldiçoado a enchergar seu próprio reflexo, contexto que merece um estudo mais aprofundado, mas aqui estou só colocando os motivos, a razão talvez seja tema para outro dia. Além de todas estas peculiaridades, Hongolo-Mea serve à Hongolo metade daquilo que recebe, por isso esta dualidade no culto de Hongolo e vice-versa (muito parecido com a dualidade de Vódun Bessen dos Fóns), vale ressaltar que este Nkisi não leva alguns adereços que Hongolo carrega devido ser uma divindade feminina, uma delas é a segunda serpente na mão que Hongolo carrega, já que ela é a própria segunda serpente que anda com Hongolo, e isto vale até mesmo dentro do seguimento Kongo, onde ela não se manifesta mas pode ser assentada.

É um Nkisi mais complicado de se trabalhar, apesar de poucas coisas que se remete à ela, é preciso muito estudo para trabalhar com esta dualidade de Hongolo que exige mais conhecimento e busca por tal, Hongolo-Mea é cultuada juntamente à Hongolo, leva como sua femea companheira, que desde a criação do mundo na cosmologia Banto é existente.



Hongolo - A divindade do arco-íris

Nkissi Hongolo


Hongolo é o Nkisi da chuva, do arco-íris, das mudanças e da comunicação, recebe vários nomes dependendo do seu local de culto em terras bantus como: Tata Nkunde, Zingala, Malanvaia, Ayinea, Nganda Vulá, Kokodo e etc.
Hongolo é erroneamente comparado com o Orisá Osumarè do candomblé de Ketu, está associado ao arco-íris e a serpente.
É o Nkisi das mudanças e se transforma em cobra ou em arco-íris como manda sua criação.
É a cobra sagrada presente em todas as civilizações antigas. O princípio da sabedoria: a cobra que morde o próprio rabo, fazendo um ciclo, simbolizando o infinito. A corruptela da palavra Hongolô , que significa arco íris, ou réptil, é Hongolô, nome pelo qual esta divindade é conhecida nos candomblés de Angola/Congo. Surge da água em evaporação. O seu caminho é muito próximo da Senhora das Águas doces, Ndandalunda, chegando a se confundir, já que estão ambos no reino das águas e da fecundação. Também é a cobra na terra e conhece as profundezas do planeta conseguindo fazer as transformações. Embora sua natureza seja masculina, apresenta uma androgenia nata e tem-se como fêmea quando a conhecemos como Hongolo-Mea (Angorô-mean). Faz a ligação entre o Ixi e o duilo (terra e céu), por isso seu culto é fundamental e tão difundido.
Hongolo não é Andrógeno, é um Nkisi Masculino, e sua forma feminina é conhecida como Hongoro-Méa. Na cultura de Jeje temos Vódun Bessen (Gbecén) que é erroneamente associado à este Nkisi, porém leva uma série de informações parecidas com este, mas segundo a visão Fón, Bessen é um Vódun de criação, não possue sexo, por isso esta dualidade sexual sobre esta divindade, e isto tem influenciado outras culturas como a Banto e a Nago Yorubá, que visa Nkisi Hongolo e Orisá Osumare como um ser andrógeno, mas não é.
Hongolo também é o Nkisi que auxilia a comunicação entre os seres humanos e as divindades. É um tipo de cobra e por ter um colorido em seu couro bastante característico e semelhante ao colorido do arco-íris sempre que aparece um arco-íris no céu os bantu saúdam Hongolo, pois ele está entre eles.

Na Mitologia Bantu Tat’etu Hongolo – É o arco-íris, ligado aos movimentos de subida e descida das águas. Também se identifica com a cobra sagrada que aparece em todas as mitologias antigas.


domingo, 31 de julho de 2016

Kingongo - O guerreiro e mais sábio


Nkissi Kingongo

É o Nkissi guerreiro, lutador e mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, tem varias regência e influências rege o funcionamento do organismo, a dor que sentimos pelo mau funcionamento dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A ele devemos a nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas moléstias.
Pertence a ele a regência dos cemitérios, pois é o Nkisi que vem para buscar o espírito desencarnado. É ele que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquele espírito. Daí sua ligação com os mvumbi (mortos), pois é ele quem vai cuidar do corpo sem vida.
Kingongo está presente no nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está presente quando sentimos coceira e comichões na pele. Rege também o suor, a transpiração e seus efeitos. Rege aquele que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes. Rege os mutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde. É o Nkisi da misericórdia.

É o conhecedor dos mistérios da cura, das doenças do corpo e da alma e ele é o Nkisse que protege as comunidades contra as epidemias.
As suas cores são o preto e branco ou o vermelho e preto.
É dono da Segunda-feira e rege o caminho dos Nvumbis (mortos).


Nsumbu - O senhor da terra

Nkissi Nsumbu


Nsumbu é o Nkissi que faz jus em devolver à terra o que lhe pertence. É muito parecido com o Orixá Omolu dos Yorubás. É o Nkissi da terra, aquele que dá em nome da terra e tira em nome da mesma, devolve a terra o que lhe pertence, os cadáveres sepultados fazendo a decomposição deles, pois o ser humano veio da terra e para ela voltará,se esconde debaixo da terra e anda pela mesma, dificilmente se desprende dela.

As Oferendas para esse Nkissi é entregue a terra, sendo assim ele não admite erros quanto a suas oferendas e cuidados em seu assentamento não virando na cabeça de ninguém.
É um Nkissi pouco conhecido, pois na nação Angola se dedica um grande respeito e sigilo no culto a essa divindade, onde só os mais velhos participam de seu culto, escolhendo a ser consagrado sempre um mais novo de responsabilidade e de boa conduta na religião para perpetuar as suas liturgias, conhecendo um pouco dos segredos, incluindo seus rituais e festejos abertos ao público chamado de kokwana (a tradicional festa dos alimentos) festejando assim as boas colheitas, a fertilidade da terra, a saúde na comunidade e louvando os kakurukas (os mais velhos.

Quando se cultua Nsumbu é preciso estar num repleto silêncio, e perante à sua preseça é aconselhável não se gritar, pois pode enfurecer rapidamente este Nkissi. Nsumbu não aceita a desordem, a desobediência, o desrespeito e a bagunça, então é aconselhável retirar as crianças para seu culto ou então silenciá-las, pois qualquer bagunça é motivo de desrespeito para este Nkissi. É o fundo da terra, a camada espessa onde se enterra os mortos, aquela terra que consome com o corpo e adere as bactérias existentes, por isso o tatu ser um dos seus principais sacrifícios.


Kavungo - O senhor dos mistérios

Nkissi Kavungo


Divindade (Mahamba) considerado o Deus da terra entre os povos de origem Bantu!
Tradução para palavra Kavungu = Mistérios.
Ngana Kia Kavungo! (Senhor dos Mistérios).

Essa divindade de culto Bantu é erroneamente comparado com o Orisá Obaluwaye/Omolu dos Nago Yorubá.
Aqui tudo que nasce depende da terra para viver e mesmo depois é na terra que acontece a transformação enquanto a vida continua inalterada. Por tudo isso está ligado às doenças e epidemias, possui caráter vingativo e às vezes inconsequente, quando sua vontade não é atendida.
Está intimamente relacionada com os processos das epidemias, segundo conceitos Bantu, entretanto, também está sob seus domínios à cura para estes males, atuando como verdadeiros médico para as comunidades Bantu. Alguns o tem como pobre e ligado à morte, quando na verdade ele é o Senhor da terra, que a todos mantém, a todos sustenta e tudo transforma em vida.
Agem também interferindo positiva ou negativamente nas doenças da pele e dos ossos e nas emanações do corpo físico como morbidez, dores e outros males como a varíola, catapora, sarampo, sendo que muito de suas ervas sagradas atuam nas curas destes males.

Divindade ligada aos tubérculos (raízes comestíveis) e aos cereais, razão pela qual é louvado e cultuado como O Grande Senhor da Terra, devido sua importância perante a comunidade, tendo ainda sobre seus domínios muitas folhas comestíveis.
Essa divindade está intimamente relacionada com os processos de epidemias, segundo conceitos Bantus, entretanto, também estão sob seus domínios a cura pata estes males, atuando como verdadeiro médico (Kimbanda, Musaki, Ndongixi) para as comunidades Bantu.
Recebe nomes que se diferenciam de uma região para a outra, como: Malaizo, Kaviundeme, Ndunda, Kinkongo, Kaviungu e outros.
Muitas pessoas entendem que este Nkissi dependendo dos povos e regiões onde é cultuado, é disseminador de doenças, tanto epidêmicas como endêmicas, tendo o poder de quando corretamente evocados de saná-las, age também interferido positiva ou negativamente nas doenças da pele e dos ossos e nas emanações do corpo físico como morbidez, dores e outros males como a varíola, catapora, sarampo, sendo que muito de suas ervas sagradas atuam nas curas destes males.
Kavungo também pode ser chamado de Aquele que cava a terra muito fundo, por isso usa em suas mãos uma espécie de lança pontiagúda muito parecida com uma pá as vezes, pois ele usa para cavar, onde deixa enterradas os corpos mortos que encontra, és o princípio de enterrar o corpo, ,por isso a usa. Também utiliza como símbolo de que no fundo da terra é possível encontrar os metais e pedras preciosas como ouro, diamante, esmeralda e etc.
Manifestam-se diretamente no baço e atuam sobre os ossos dos seres humanos.




Manifestam-se diretamente no baço e atuam sobre os ossos dos seres humanos.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Loango - O senhor da justiça

Nkissi Loango


Loango ou Luango, é o Nkissi da justiça e também do fogo e dos raios. Apesar de ser um Nkissi muito ligado ao próprio raio em sí, Loango não é o mesmo de Nzazi. Compreendemos que Nzazi é o próprio raio em sí, enquanto Loango é também o fogo causado pelo raio e lidera a justiça. O punidor, assim como alguns povos Muxikongos chamavam. Loango é aquele que puni, a justiça lhe vale, poder não concebido diretamente a Nzazi, já que só cabe somente à Loango julgar ou inocentar alguém ou algo. Seu culto em Angola era no antigo reino de Loango, onde hoje é a atual República do Congo, seus adeptos o adoravam pelo vasto poder de fogo e assim acreditavam que Loango lhes proporcionavam o fogo para aquece-los, no preparo de alimentos e fogueiras para iluminar, porém, se não bem cultuado, acreditavam na punição sevéra de Loango, onde aconteciam incêndios, mortes por raios, fogo e explosões de vulcões.
No Candomblé Bantu Loango é saudado junto à Nzazi como já citado, e em festividades deste Nkissi, é necessário acender uma fogueira e encanta-la (assim como fazem a fogueira de Ayrá em Candomblé Nagô), e sua comida é servida quente ainda fresca para todos do Inzo (casa) e visitantes. Loango se adorna de branco e alguns detalhes em vermelho e marrom, carrega em suas mãos uma espécie de machado de um só lado e na outra uma espécie de lança que aparenta o formato de um raio. 
O poder de Loango nasce no cair de um raio, no barulho de um trovão, na bater do martelo do juiz, na justiça que acontece. E uma das coisas que mais enfurece este Nkissi é alguma injustiça acontecer, o fato de um inocente ser julgado ou um ato de covardia é com certeza aquilo que mais desagrada Loango em todos os aspectos, por isso seus adeptos devem ser sempre leais, fiéis, justos e sérios.

Loango é comparado erroneamente por muitos  com o Orixá Xangô ou também com Orixá Ayrá dos Nagôs. Ainda dentro das idéias religiosas Afro Bantu, quando em uma aldeia uma casa é atingida por um raio, a família é banida da comunidade, pois acreditam que tal fato ocorreu devido à erros graves cometidos por aquelas pessoas.
 Também é a atribuída à essa Hamba (Divindade) o sentido da justiça, de modo à punir severamente os falsos, traidores e criminosos, muitas vezes até com a morte. Essa divindade dos povos Bantu, atua com ênfase no mundo psíquico dos seres humanos.