Orixá Erinlé |
DIA: Quinta-feira
CORES: Azul-claro e branco (muitas vezes pega um tom de verde).
SÍMBOLOS: Lança (devido ser um caçador de elefantes) e uma quartinha de barro.
ELEMENTOS: Terra e água.
DOMÍNIOS Caça, pesca, a riqueza, a abundância e a inteligência.
SAUDAÇÃO: Oke Erinlé, Awa ti Wo! (Viva Erinlé, Todos te cultuam!)
Erinlé, Irinlé (do iorubá Erinlẹ), ou as vezes confundido como Oxossi, é o orixá da caça de Ijexá, onde passa um rio do mesmo nome. Erínlè quer dizer "elefante" (Erin) "na terra" (ilè) ou "terra do elefante". Seu templo principal é em Ilobu, onde, segundo Ulli Beier, dois cultos teriam se misturado: o culto do rio e o do caçador de elefantes que, em diversas ocasiões, viera ajudar os habitantes de Ilobu a combater seus adversários.
Seu símbolo, de ferro forjado, é um passaro fixo sobre uma haste central, cirundada por dezesseis outras hastes sobre as quais se encontra também um pássaro. O culto de Erinlé realiza-se às margens de diversos lugares profundos do rio, chamados ibù. Cada um desses lugares recebe um nome, mas é sempre Erinlé que é adorado sob todos esses nomes.
Erinlé recebe oferendas de acarajé, inhames, bananas, milho, feijão assado, tudo regado com azeite-de-dendê.
O culto de Erínlè está centrado ao redor do rio Erínlè, afluente do rio Òsun, que atravessa a cidade de Ìlobùú (Ilú Òbú ou cidade de Òbú), localizada ao sul da Nigéria Ocidental, na estrada de Ogbomoso para Osogbo (situada aproximadamente 16 km a oeste de Osogbo). Ele é a divindade padroeira de Ìlobùú, um centro de comércio para o inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão, quiabo que está em uma área de savana habitada principalmente por iorubás.
Òbú é um tipo de giz nativo (efun) comestível, usado para temperar comida. Era um dos temperos principais antes do sal, da mesma forma que o aró-àbàje (uma tintura azul comestível) é usado para temperar comidas como o ekuru aró.
Tido por alguns como filho de Ainá, Erínlè é considerado por outros como filho mítico de Yemoja e de Olokun. É um orixá caçador, pescador e um médico, por conta do seu grande conhecimento da floresta e da flora. Enquanto médico dominou, antes de Ossãe, o poder da botânica. Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um cajado (òsù) semelhante ao que carregam os sacerdotes de Ossãe e de Ifá devido à sua importância como curandeiros medicinais.
Ele conhece o poder curativo do Eja aro. Essa medicina nasce em Òkànràn Òfún. O peixe seco (eja aro) é conhecido na terra dos Nupes e isso é revelado pelo caminho de Òkànrànsodè descrito abaixo e na conexão entre Erínlè e o exilado rei dos Nupes.
Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido como Erínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú, Enlè em Okuku.
Nas Américas, Erínlè é às vezes considerado hermafrodita, mas na terra iorubá é adorado principalmente como uma divindade masculina. Ele é pensado por alguns estudiosos como o aspecto masculino de Yemoja Mojelewu. O que parece consenso é que Erínlè mora na floresta com os irmãos Osányìn, Ògún e Òsóòsì, no cultivo com Òrìsà Oko, nas águas com Yemoja, Otin e Òsun. Sua verdadeira residência seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se misturam as águas doce e salgada.
Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos, conhecidos como: Ojútù, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín e Àánú. É o oríkì de cada ibú que distingue entre os caminhos diferentes ou manifestações de Erínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um caçador, outro ainda no poder presente na profundidade do rio. São cantados oríkì individuais a Erínlè no seu festival anual da mesma forma como também são invocados coletivamente.
O awo, ota Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè (em Okeho é adicionalmente conhecido como aawe Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente das encontradas em Ìlobùú e na maior parte da terra iorubá). Potes fechados que guardam pedras e água são predominantemente associadas com divindades fluviais femininas, como aqueles encontrados nos cultos de Yemoja e Òsun. O awo - ota - Erínlè é o recipiente tradicional para guardar os ota de Erínlè. Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival anual de Erínlè em muitas partes de Nigéria. Para o festival, sacerdotes trazem com eles o próprio awo - ota - Erínlè para o festival no rio de Ìlobùú. Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo - ota - Erínlè colocado no alto da cabeça.
No Brasil, no Candomblé Ketu, esse orixá é chamado Oxóssi Inlê ou Oxóssi Erinlé e considerado apenas uma "qualidade" de Oxóssi.
Existe muitas confusões sobre o culto a esse orixá dentro do Brasil, Erinlé é uma divindade assim como dita acima da cidade de Ilogbú, proximo á Osogbô e Karê, e o culto a Enlê ( ou Inlê como chamamos aqui no Brasil ) as margens do rio Erinlé.
Ainda se discutem muito sobre Ibualamo ser ou não ser um caminho de culto de Orixá Erinlé, mas ainda é muito cedo para se concluir qualquer coisa sobre, o que se pode dizer até então é que de fato Ibualamo não é uma "qualidade" de Oxóssi como é dito aqui no Brasil por muitos.
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