terça-feira, 24 de novembro de 2015

Orunmilá-Ifá - O deus adivinho

Orixá Orunmilá-Ifá
DIA: Sexta-Feira ou Domingo
CORES: Verde e Amarelo com Branco-Marfim
SÍMBOLOS: Tábua de Ifá e fio com favas de Oxóssi
ELEMENTOS: Ar, Atmosfera e Cumes
DOMÍNIOS: Destino, profecias, premonições, previsões e sonhos
SAUDAÇÃO: Epá Ojú Olorún, Ifá Ò! (Viva os olhos de Deus, Ele é Ifá!)

Orunmilá-Ifá, o senhor do destino. Na mitologia Yoruba, Orunmilá é um orixá, e divindade da profecia, identificado no jogo do merindilogun pelo Odu Ejibe.
Orunmilá  também é às vezes chamado Ifá, que é de fato a incorporação do conhecimento e sabedoria e a forma mais alta da prática de adivinhação entre os Yorubas.
Embora Orunmilá não seja de fato Ifá, nome de um Oráculo dos Yoruba na Nigéria, a associação íntima existe, porque ele é o que conduz o sacerdócio de Ifá.
É a Divindade yorubana maior, introduzida por Oduduwá através de Setilu, seu primeiro sacerdote.
Governa o conhecimento do destinos e dos presságios denominados Odús. 
Para se limpar de todas as sua necessidades:
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Orunmilá diz que se é falta de lucros que nos perturba, Orunmilá dá ordem para nós abrirmos nossas portas para que a dona da chuva da bondade possa entrar.

Orunmilá diz que se é falta de uma esposa que nos perturba, Orunmilá dá ordem para nós abrirmos nossas portas para que a dona da chuva da bondade possa entrar com uma boa esposa.

Orunmilá diz que se é falta de um filho que nos perturba, Orunmilá dá ordem para nós abrirmos nossas portas para que a dona da chuva da bondade possa entrar com um filho saudável.

Orunmilá diz que se é tumulto ou desordem que perturba a cidade, Orunmilá dá ordem para nós abrirmos nossas portas para que a dona da chuva da bondade possa entrar com paz e amor na cidade.

Orunmilá diz que se estamos sentindo a falta de tudo, Orunmilá dá ordem para nós abrirmos nossas portas para que a dona da chuva da bondade possa entrar com todas as bondades da vida.

Orunmilá diz que se é doença e epidemias que nos perturba, Orunmilá dá ordem para nós abrirmos nossas portas, para que a dona da chuva de bondade possa entrar com saúde.

O pai de todas as riquezas Orunmilá diz que se é a morte que bate na nossa porta, Orunmilá diz que é a folha de didimonisaayun  que vai ajudar a evitar a morte.


A folha de didimonisaayun  que vai ajudar a evitar todos os males, que vai evitar todos os prejuízos, epidemias e acidentes na vida.


A folha de didimonisaayun  que vai evitar as ações negativas em nossas vidas.



Orunmilá o dono de todas das sabedorias, que vai levar até nós todas as bondades da vida.
Orunmilá, é o princípio da intuição, da premonição, os sentidos do espírito, o olhar que conhece o futuro.
É o deus invocado no jogo de búzios, pois é ele quem conhece todos os destinos odus, cabeças oris e caminhos.
Ele diz a Exu que movimente suas palavras até os búzios, indicando que orixá esta regendo uma pessoa, o porque, e com que destino, pois tem o conhecimento desde o começo do mundo.
A importância de Orunmilá é tão grande que chegamos a concluir que se um homem fizer algum tipo de pedido ao todo poderoso Olorun, Deus, o Senhor dos Céus, esse pedido só poderá chegar até Ele através de Orunmilá e, ou Bará, que são somente eles dois dentre todos os Orixá os que têm a permissão, o poder e o livre acesso concedido por Olorun de estar junto a Ele, quando assim for necessário.
Orunmilá é o senhor dos destinos, é quem rege o plano onírico, sonhos, é aquele que tudo sabe e tudo vê em todos os mundos que estão sob a tutela de Olorun, ele sabe tudo sobre o passado, o presente e o futuro de todos habitantes da Terra e do Céu, é o regente responsável e detentor dos oráculos, foi quem acompanhou Oduduwá na criação e fundação de Ilé Ìfé, é normalmente chamado em suas preces de:

Elérí Ìpín – o testemunho de Deus.
Ibìkéjì Olódúmarè – o vice de Deus.
Gbàiyégbòrún – aquele que está no céu e na terra
Òpitan Ìfé – o historiador de Ìfé.

Acredita-se que Olorun passou e confiou de maneira especial toda a sabedoria e conhecimento possível, imaginável e existente entre todos os mundos habitados e não habitados à Orunmilá, fazendo com que desta forma o tornasse seu representante em qualquer lugar que estivesse.
No Terra, Olorum fez com que Orunmilá participasse da criação da terra e do homem, fez com que ele auxiliasse o homem a resolver seus problemas do dia a dia, também fez com que ajudasse o homem a encontrar o caminho e o destino ideal de seu orì.
No céu lhe ensinou todos os conhecimentos básicos e complementares referente todos os Orixás, pois criou um elo de dependência de todos perante Orunmilá, todos devem consultá-lo para resolver diversos problemas, com pôr exemplo, a vinda de Oxalá à terra para efetuar a criação de tudo aquilo que teria vida na mesma, porém o grande Orixá não seguiu as orientações prescritas por Ifá, e não conseguiu cumprir com sua obrigação caindo nas travessuras aplicadas por Bará, ficando esta missão por conta de Oduduwá.
Também Orunmilá fala e representa de maneira completa e geral todos os Orixás, auxiliando um consulente no que ele deve fazer para agradar ou satisfazer um determinado Orixá, obtendo desta forma um resultado satisfatório para o Orixá e para o consulente.
Orunmilá sabe e conhece o destino de todos os homens e de tudo o que têm vida em nosso mundo, pois ele está presente no ato da criação do homem e sua vinda a Terra, e é neste exato instante que Ifá determina os destinos e os caminhos a serem cumpridos pôr aquele determinado espírito.
É por isso que Orunmilá tem as respostas para toda e qualquer pergunta lhe é feita, e que ele têm a solução para todo e qualquer problema que lhe é apresentado, e é por esta razão que ele têm o remédio para todas as doenças que lhe forem apresentadas, por mais impossível que pareça ser a sua cura.
Além disto tudo, Orunmilá é também quem tem a vida e a morte em suas mãos, pois ele é a energia que esta mais atuante e mais próxima de Olorun, podendo ele ser a única entidade que tem poderes para suplicar, pedir ou implorar a mudança do destino de uma pessoa.
Mediante o uso de conchas adivinhas, Orunmilá revelava aos homens as intenções do supremo deus Olorun e os significados do destino.
Orunmilá aplainava os caMinhos para os humanos, enquanto Bará os engambelava na estrada e fazia incertas todas as coisas.
O caráter de Orunmilá era o destino, o de Bará, era o desafio.
Mesmo assim ficaram amigos íntimos.
Orunmilá viajou com alguns acompanhantes.
Os homens de seu séquito não levavam nada, mas Orunmilá portava uma sacola na qual guardava o tabuleiro e os Obis que usava para ler o futuro.
Mas na comitiva de Orunmilá muitos tinham inveja dele e desejavam apoderar-se de sua sacola de adivinhação.
Um deles mostrando-se muito gentil, ofereceu-se para carregar a sacola de Orunmilá.
Um outro também se dispôs à mesma tarefa e eles discutiram sobre quem deveria carregar a tal sacola.
Até que Orunmilá encerrou o assunto dizendo:
Eu não estou cansado. Eu mesmo carrego a sacola. Quando Orunmilá chegou em casa, refletiu sobre o incidente e quis saber quem realmente agira como um amigo de fato.
Pensou então num plano para descobrir os falsos amigos. Enviou mensagens com a notícia de que havia morrido e escondeu-se atrás da casa, onde não podia ser visto.
E lá Orunmilá esperou. Depois de um tempo, um de seus acompanhantes veio expressar seu pesar.
O homem lamentou o acontecido, dizendo ter sido um grande amigo de Orunmilá e que muitas vezes o ajudara com dinheiro.
Disse ainda que, por gratidão, Orunmilá lhe teria deixado seus instrumentos de adivinhar.
A esposa de Orunmilá pareceu compreende-lo, mas disse que a sacola havia desaparecido.
E o homem foi embora frustrado.
Outro homem veio chorando, com artimanha pediu a mesma coisa e também foi embora desapontado.
E assim, todos os que vieram fizeram o mesmo pedido. Até que Exu chegou. Exu também lamentou profundamente a morte do suposto amigo.
Mas disse que a tristeza maior seria da esposa, que não teria mais para quem cozinhar.
Ela concordou e perguntou se Orunmilá não lhe devia nada. Exu disse que não.
A esposa de Orunmilá insistiu, perguntando se Exu não queria a sacola  de adivinhação.
Exu negou outra vez.
Aí Orunmila entrou na sala, dizendo:
Exu, tu és sim meu verdAdeiro amigo!.
Depois disso nunca teve amigos tão íntimos, tão íntimos como Exu e Orunmilá.

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Características dos filhos:

Os filhos de Orunmilá, portanto, são pessoas tranquilas, pelo menos na aparência, com tendência à calma, até nos momentos mais difíceis.
Conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objetivamente para obtê-lo.
São amáveis e pensativos, mAs nunca de maneira subserviente.
Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como adjutores.
Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem em organização.
Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos.
São reservados, mas raramente orgulhosos.
Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas convicções, será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
Possuem um pensamento engendrado e a constante reflexão sobre todos os aspectos da sua existência.
Os filhos dele não gostam de pedir ajuda aos outros.
Uma característica marcante é a honestidade.
 Seus ideais são levados até o fim, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias a suas opiniões e projetos. Gostam de dominar e liderar as pessoas.
São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho.
Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.
Os homem de Orunmilá, charmosos, fazem  questão de ser o centro das atenções e está à procura de plateias dispostas a ouví-los falar sobre seus assuntos prediletos. Um deles é a mulher. Conquistador compulsivo, mais do que qualquer coisa, ele gosta é de se exercitar no jogo da conquista, e assim que ganha a mulher, desinteressa-se dela.
Balança um pouco quando encontra uma mulher liberal pela frente que é, no fundo, a parceira que gostaria de ter. Só que estas mulheres o assustam. Como também o assusta a ideia de tomar a iniciAtiva no campo sexual.
Suas afinidades são com mulheres de Oxalá, Oxun, Iemanjá, Xangô, Oyá e Nanã.

Enquanto que as mulheres de  Orunmilá, são  fácil de distinguir  das outras mulheres, pois são aquelas de aparência tímida, mas muito bem produzida em termos de roupa e maquiagem.
À primeira vista parece uma conquistadora experiente, mas na verdade não sabe como agir depois que chamou a atenção do público masculino.
 Mas mesmo assim, sente-se perfeitamente à vontade em festas, adora uma badAlação, um carro bonito, amizades importantes.
E é justamente por um homem que possa lhe oferecer essas coisas que ela se apAixona.
Sexualmente, gosta de ser comandadas e sabem como ninguém usar o ciúme.
Tem mais afinidades com homens de Oxalá, Oxun, Iemanjá, Oxumaré, Logunedé e Oxóssi.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Nanã - A grande rainha Fon

Vódun Nanã

Nanã ou Nã Búùkú é considera por todos os adeptos do Culto Vodum como a grande Mãe Universal que criou o mundo e deu vida aos Voduns. É chamada carinhosamente de vó Misan (missam).
Senhora da lama, matéria primordial e fecunda da qual o homem em especial, foi tirado. Mistura de água e terra, a lama une o princípio receptivo e matricial (a terra) ao princípio dinâmico da mutação e das transformações. Sua ligação com a água e a lama, associa Nanã à agricultura, a fertilidade e aos grãos (vide simbologia dos grãos e favas).
Nanã tem os mais variados nomes de acordo com o dialeto usado: Bouclou, Buukun, Buruku, etc. Em Dahomey, na cidade de Domê onde está localizado seu principal templo, Ela é conhecida como Nanã Buruku (lê-se, buluku).
No Brasil, também existem variações de nomes para Nanã: Buruku, Naê Naité, Yabainha, Naê, Anabiocô, etc.
Nanã representa a dogbê (vida) e a doku (morte). Ela recebe em seu seio os ghedes (mortos) e os prepara para o leko (lêcô - retorno, renascimento)
Quando uma mulher não consegue engravidar, recorre a Nanã que ensina a "fórmula mágica", o remédio de ervas que deve tomar, os ebós e oferendas que devem ser feitos.
Se um doente recorre a Nanã, imediatamente obtém o remédio curador.
Na África quando uma família ou alguém obtém um favor de Nanã, fica com o compromisso de oferecer um membro da família ao culto de Nanã e esse, após sua iniciação, receberá na frente de seu nome a palavra Nanã; assim como a criança que nasce com a ajuda da Grande Mãe também. Todos os sacerdotes e sacerdotisas de Nanã têm na frente de seus nomes a palavra Nanã.
Nanã é a maior conhecedora do uso terapêutico das ervas. Alguns de seus sacerdotes e sacerdotisas são preparados para serem curandeiros. Em Ghana existe a Sociedade dos Jou-Jou, em Allada e Dahomey a Sociedade do Bo, etc.. Nessas sociedades as pessoas escolhidas são preparadas para a prática da medicina através das ervas. Nanã diz que além do uso terapêutico das folhas e de alguns produtos animais, as doenças devem que ser tratadas em sua origem espiritual, para que a cura seja concretizada. É lastimável que no Brasil essa parte do culto a Nanã não tenha sido trazida. Em outros países como Estados Unidos, Canadá, Jamaica e Haiti encontramos essa prática.
O Culto de iniciação de uma filha ou filho de Nanã requer uma série de cuidados especiais, tanto na África, como no Brasil. Para mim, esse é o mais difícil culto de Vodum. Nanã Buruku não é feita na cabeça de ninguém.
Existem vários Voduns da linhagem de Nanã Buruku, que são feitos nos iniciados. Todos esses Voduns seguem a tradição de Nanã Buruku e são tão exigentes quanto Ela.
Para iniciar um processo de feitura de uma Nanã, é exigido a abstinência de sexo, bebidas alcoolicas e outros prazeres carnais, pelo menos dois meses antes (na África são exigidos 3 meses), de todos que irão participar do processo de renascimento do iniciado. Nesse período, são feitos vários ebós no iniciado e alguns poucos nos participantes e na casa de santo.
A bogami (bôgâmi - menstruação) é outro beko de Nanã. Se durante o processo de iniciação a vodunsi ficar menstruada, deve ser afastada imediatamente de Nanã e ficar reclusa em um lugar especial, fora do templo, até que cesse esse período.
Na África as mulheres menstruada são proibidas de entrar no Templo de Nanã ou de participar de qualquer preceito, seja de rituais ou simplesmente fazer uma comida de santo. Nanã diz que a bogami é um sangue impuro e aconselha as mulheres não cozinharem para seus maridos nesse período.
Por ter muita ligação com egungum é necessário saber tratar muito bem de Buku, entidade assistente de Nanã e Sakpata. Em uma feitura, não é permitido a sua presença, mas, ele deve ficar aposto, sua função será tomar conta de todos, para que nenhuma exigência da Grande Mãe seja desobedecida, principalmente a abstinência de sexo.
Assim como Buku, Legba Aghamasa (agramassá) devem ser tratados corretamente para garantir a paz, tranqüilidade e segurança nos rituais e preceitos. Ebós e oferendas específicas devem ser feitos para essas duas entidades.
Os ancestrais dos Voduns, do iniciado, dos participantes e da casa de santo não podem ser esquecidos em hipótese alguma!
Antes, durante e depois da iniciação de uma Nanã devemos fazer muitos ebós, oferendas e preceitos. Uma Nanã bem feita é caminho de prosperidade e crescimento para a casa de santo, do iniciado e dos participantes.
De acordo com a Vodum Nanã que está sento feita ou cultuada é que se determina, se comerá bichos macho ou fêmea. Existem Voduns dessa linhagem que não comem bicho de quatro pés, outros preferem comer somente o Igby. Nanã Buruku, por exemplo, não gosta de muito kun (sangue)
Vários textos têm sido publicados, citando o carneiro como o bicho oferecido a Nanã, mas, se observarmos as fotos que acompanham esses texto, veremos que se trata de cabra e cabritos. O sacrifício de carneiro é o maior beko (kisila) de Nanã. Para essa Vodum, o carneiro é um bicho sagrado e não deve ser sacrificado.
O não uso da faca e outros metais nos nahunos e preceitos de Nanã devem-se ao fato de Ela ser muito mais velha que esses metais. Por seu caráter conservador, quando o ferro e outros metais apareceram, ela preferiu manter o que já conhecia em seus ritos.
Vejamos abaixo alguns dos Voduns da linhagem de Buruku. e algumas curiosidade ligadas a Grande Mãe.
Nanã Densu ou apenas Densu – Segundo os Fons esse Vodum é um deus andrógino e seria o lado macho ou marido de Buruku. É muito cultuado nos rituais de Mami Wata onde é considerado o maior de todos os deuses, os Fons o compara a Olokun.
Muitos antropólogos têm atribuído erronêamente Densu a um deus hindu, devido seus fetíches e assentamentos apresentarem três cabeças.
Esse Vodum é muito rico e farto. Costuma presentear seus adeptos com suas riquezas.
Não é feito na cabeça de ninguém.
Nanã Asuo Gyebi (assuô giêbi) – Vodum masculino velho, que habita os rios. Muito popular em Ghana e tido como o protetor das crianças africanas que foram escravizadas. Esse Vodum pediu aos seus sacerdotes que o levasse para os países onde os africanos foram escravizados afim de que pudesse resgatar suas crianças. Ele já foi assentado em templos de Akonedi nos Estados Unidos e no Canadá.
Nanã Esi Ketewa (êssi quetêuá) – Vodum feminina muito velha, cultuada em Ghana, Cotonou e Allada. Dizem os mais velhos que essa Vodum morreu de parto e que por isso a missão dela é proteger e tratar as mulheres grávidas assim como seus filhos
Nanã Adade Kofi (adadê côfi) – Vodum masculino, tem a função de proteger e defender todos os templos de Nanã. É um Vodum guerreiro, ligado ao ferro e outros metais. Cultuado em Ghana, Allada, Cotonou, Porto Novo, etc. É o Vodum da força e perseverança. Sua espada é usada pelos adeptos de Nanã, para prestarem juramentos de obediência, submissão e devoção a Grande Mãe.
Nanã Tegahe (têgarê) – Vodum feminina jovem, cultuada em Ghana. Tem o poder de tirar feitíços das pessoas e lugares. Tem grande conhecimento no uso terapêuticos e ritualísticos das ervas. Muito alegre e faceira, gosta de dançar e cantar, mas fica muito séria e aborrecida quando encontra malfeitores e ladrões; ela os mata.
Nanã Obo Kwesi (obó cuêssi) – Vodum feminina guerreira, cultuada na região Fanti em Ghana. Protege e ajuda os kuhatô (pobres) e os azon (doentes). Detesta quem faz aze (azê - bruxarias) ou qualquer mau a um ser humano.
Nanã Tongo ou Nanã Wango (tongô/uangô) – Vodum feminina, cultuada em Togo. Grande curandeira, trata das pessoas com ervas, ebós e gri-gris. É uma grande Azeto (azétó - feiticeira) e seu culto talvez seja um dos mais complexo. Em seus nahunos, os sacerdotes prostam-se no chão ao lado dos bichos mortos e fingem estarem mortos também, assim permanecem até que Wango incorpore em um deles e os ressuscite. Todos levantam, os bicho são suspensos e preparados.
Nanã Tongo dança com muita alegria, vestida em suas roupas confeccionadas com as peles dos bichos sacrificados para ela. Seus adeptos costumam presentear Wango com muitas jóias, enfeites, roupas e talismãs que a agradam. Antes de começar os nahunos para Wango, corujas são atadas às árvores.

Nanã Akonedi Abena – Vodum feminina jovem, cultuada em diversas partes da África. Seu principal templo fica em Later, cidade de Ghana. Quando Akonedi chega ela percorre a vila, esconde-se em arbustos e sobe em telhados à procura de feitíços, feiticeiros e malfeitores. Atende os moradores locais, fazendo libações e curando os doentes. Em Ghana é considerada a Deusa da Justiça
Seu corpo é coberto com um pó branco sagrado, usa saia de palha, seu rosto é descoberto, na cabeça usa um torço, no corpo muitos brajás e nas mãos trás um feixe de lenha.
Sua dança é selvagem e desenvolve-se dentro de um quadrado divino, dividido em outros quadrados menores feito com riscos do mesmo pó que cobre seu corpo. Esse conjunto de quadrado também é usado por suas sacerdotisas durante as danças.
Seu assentamento fica em um buraco dentro da terra, ficando somente a tampa deste aparecendo.
Os sacerdote e adeptos de Akonedi carregam-na nos ombros numa espécie de desfile, para que todos possam admirar e louvar a grande deusa da Justiça. Terça-feira é o dia consagrado a essa Vodum.
O Culto de Akonedi foi levado para alguns países, a pedido dos governantes desses. Quem levou o culto de Akonedi para o novo mundo foi a maior autoridade religiosa do culto, Nanã Oparebea Akua Okomfohemma, falecida em 1995.
Mmoetea – Aldeia de pigmeus que vivem nas florestas de Ghana. Formam uma sociedade secreta especializada no uso das ervas para diversos fins. Desenvolveram a capacidade de curar qualquer doença física, mental e espiritual. Trabalham com os espíritos da natureza e seu maior deus é Nanã. Os espíritos da floresta deram aos Mmoeta o poder de ler a mente dos homens e dos animais. São grandes curandeiros e poderosos feiticeiros.
Buku – Assistente de Nanã e Sakpata que mata os doentes infectados pela varíola. “Toma conta e presta conta” do comportamento moral das pessoas durante os cultos de Nanã e Sakpata.
Legba Aghamasa – Vodum Legba masculino, reina nos portais da morte onde reside Nanã Buruku.
Odom – Bolsa feita com pele de cabra não curtida, enfeitada com búzios, penas e sangue. Nessa bolsa são colocados os gris-gris venenoso e não venenoso que decidem uma questão de justiça. Quando duas pessoas brigam pela mesma “coisa” e recorrem a Nanã para saber quem tem razão, sua sacerdotisa pede um galo a cada um dos queixosos, quando esses animais chegam, esses gris-gris são oferecido aos animais. O galo que comer o venenoso, o dono dele perde a causa. Além desses gri-gris, outros segredos de Nanã são guardados na Odom.
A Odom fica sempre nos pés do assentamento de Nanã, nunca vai a público e não pode jamais ser tocada por homens.
Abuk (abuquê) – De acordo com a cultura Fon, foi a primeira mulher a surgir. Patrona das mulheres e dos jardins, seu fetíche é uma pequena serpente. (teria alguma coisa a ver com Nanã?!!)
Asase (assassê) – Deusa da criação dos homens e receptadora dos mesmos na morte. Cultura Ashanti. (Seria a mesma Buruku?!)
Atori (atôli) – Vara ou haste simbólica de Nanã, representa seus filhos mortos e os ancestrais.
Todos esses Voduns usam muitos kpolis (quipôlis - búzios) e palha, dificilmente cobrem seus rostos.
Falar ou escrever sobre Nanã é uma tarefa das mais difíceis, pois são tantas as história a ser contadas, que somente um livro poderia caber.
Todos os adeptos do Culto Vodum, devem prestar muita reverência a Nanã. Em seus cânticos e danças devemos nos alegrar e nos sentirmos honrados em poder, aqui no Brasil, participar dessa parte que na África é reservada somente aos seus sacerdotes e sacerdotisas.
Aho bo boy Naê!!



Ajágunsí - A pesca e a caça

Vódun Ajágunsí


Ajágunsi ou Adjáhunsí é um vódun masculino, pertencente ao panteão da terra e extremamente coligado ao universo das Naés (mães d'água). É um exímio caçador e pescador, e vive na beira dos rios acompanhando as Naés. Rege os animais que vivem tanto na terra quanto na água, tais como répteis, anfíbios e alguns pássaros. Divindade da juventude e da alegria, representa a inocência e a pureza,protegendo as pessoas durante a fase jovem. Responsável por todo o aprendizado das crianças, desde fala até mesmo o andar. Suas cores variam entre o azul, o verde e o amarelo.
Seria um vodun de culto da Casa das Minas (Maranhão), oriundo de Savalú, e que teve seu culto assimilado aqui no Rio de Janeiro também. Apesar de ser um assunto polêmico pois muitos acreditam que esse vodun trata-se de uma invenção ou de um pseudônimo de Òlóògúnèdé (Divindade de culto iorubá, cultuado nas casas de ketu), Adjahunsi ou Ajaunsi passou a ter um culto forte e abrangente em muitas casas de culto djedje no Rio, sendo contados ítóns (lendas) que afirmam a existência dessa divindade. 
Segundo os mais velhos, em Savalu, norte de Dahomey, existia um habilidoso caçador chamado Azaká. Esse caçador tinha a responsabilidade de alimentar toda sua aldeia, sendo habilidoso e famoso por sua eficiência. Azaká era conhecido por adentrar a selva, sem medo, passar dias em matas fechadas e depois voltar com caças em grande quantidade ou de grande porte, saciando a fome de seu povo. Era irmão de Agongone e Tôpa, voduns esses que também possuem culto na Casa das Minas e também eram caçadores. Tinha como sobrinhos Azowani e Otolu, e comumente saía para caçar com eles, preparando Otolu para sucede-lo futuramente. 
Certo dia Azaká em uma de suas espreitadas pela mata, encontra uma linda Togbosy (vodun feminino das águas) e encantado, acaba por sucumbir-se ao desejo, tendo relações com a linda mulher. Azaká então, volta a sua cidade, perdendo o contato com essa misteriosa Togbosy, sem saber que daquele encontro surgiria uma vida. Essa Togbosy havia engravidado do habilidoso caçador Azaká, dando origem a Adjahunsi ou Ajaunsi. 
Adjahunsi foi criado no reino das águas, junto as demais Togbosys. Rapidamente, mostrou-se ser habilidoso para caça e para pesca. Vivia a maior parte de seu tempo a pescar, se aventurando nos rios mais revoltos, onde vivem os maiores peixes. Usava como artefatos um arpão que tanto servia para pescar quanto para caçar nas matas e uma rede (dam). Aprendeu os segredos das Togbosys e por esse motivo não poderia mais sair do reino das águas, sendo sempre cultuado junto a elas. 
É fato que sua lenda é muito parecida com a história contada sobre o òrísá Lògún-èdé, onde Azaká (o caçador) seria Òdé e a Togbosy (ninfa das águas) seria Òsún. Porém devemos lembrar que muitos voduns por mais que tenham características em comum com os òrísás, são divindades a parte, devendo ser assim cultuadas. Sogbo tem muito haver com Sango, Vodun Djó é parecida com Òíyá, Agué similar a Òsàníyn (...) e por mais que dividam lendas, costumes e cores, são divindades diferentes.
Contam outras "estórias", que Ajaunsi seria um apelido dado por "malukos" (erês) a uma mulher de Salvador que, iria se iniciar no Ketu para o òrísá Lògún-Èdé e, que acabou por se iniciar no Bogun para Òdé.
Outros afirmam que, por Lògún-èdé ser um Òrísá de culto Ketu e, por razões específicas, não ter espaço para culto nas casas matriz de djedje, Adjahunsi seria uma forma de iniciar seus filhos no culto, disfarçando-o de vodun, tendo desta forma menos preconceito para cultuá-lo.
Sendo Lògún-Èdé disfarçado ou sendo vodun a parte, Adjahunsi acabou ganhando espaço no culto, tendo cantigas e fetiches que o difere do òrísá em questão, passando a ter muitos filhos e ritual próprio, por mais que exista uma grande mistura e confusão entre culto ao òrísá e culto ao vodun. 
É dito também que Adjáhunsí poderia ser comparado não somente à Logun, mas também à Odé Karê, uma qualidade de Oxóssi mais jovem envolvido com Oxún e Oxalá, este sendo também caçador e pescador protetor dos répteis, anfíbios e aves aquáticas.
Adjahunsi, assim como o vodun Azaká, pertence ao panteão de Sakpatá, rei de Savalú. É cultuado nos rios revoltos e agitados, onde existem os mais variados tipos de peixes dos mais variados tamanhos. Mesmo sendo um hábil caçador, não pertencia ao clã dos Hundevalú (título dado aos grandes guerreiros-caçadores), pelo fato de não ter conhecido seu pai Azaká, não possuindo então nenhum vínculo com o grande caçador de Savalú.
Adjahunsi pertenceria a um outro Clã, chamado de Adjahun, onde faziam parte os pescadores das águas doces, que exploravam os rios e alimentavam suas aldeias-cidades com pesca. 
Seria comumente confundido também com o vodun Averekete, porém nada tem em comum, a não ser o fato de serem pescadores, um dos rios e o outro dos mares. 
Dentro do culto, Adjahunsi é um vodun jovem e alegre. Seria responsável pelo aprendizado das crianças, ajudando-as em sua fase de crescimento e ensinando-as a falar, brincar e se desenvolverem. Rege a  pureza, a inocência e a alegria, protegendo todas os jovens e tendo a propriedade de manter a juventude dentro de cada ser humano, independente de sua idade.
Pertencem ao seu domínio os rios revoltos e todos os animais que vivem tanto nas águas quanto na terra, tais como anfíbios, répteis e alguns pássaros. 
Trás consigo o arpão, a rede, vara de pescar, anzóis e penas. Veste Azul em sua maioria e em todas as tonalidades, com alguns detalhes pratas e dourados. 
É cultuado nos rituais aos voduns das águas, sempre estando ao redor das Togbosys. Recebe como oferendas peixes de água doce, grão de bico, ovos, frutas e doces. 
Ahoooooooooo!!!!


Hoho - A energia da infantilidade

Vódun Hoho

Os gêmeos (Ibeji entre os Yorubas e Hoho entre os Fons) são objeto de culto.
Não são nem Orisá e nem Vodun, mas o lado extraordinário desses duplos nascimentos é uma prova viva do princípio da dualidade e confirma que existe neles uma parcela do sobrenatural,a qual recai em parte na criança que vem ao mundo depois deles.

Recomenda-se tratar os gêmeos de maneira sempre igual e de compartilhar com muita equidade tudo o que lhes for oferecido.
Quando um deles morre com pouca idade o costume exige que uma estatueta representando o defunto seja esculpida e que a mãe a carregue sempre. Mais tarde o gêmeo sobrevivente ao chegar à idade adulta cuidará sempre de oferecer à efígie do irmão uma parte daquilo que ele come e bebe. Os gêmeos são, pata os pais uma garantia de sorte e de fortuna.

Os irmão “Lander” quando exploravam o rio Niger em 1830, descrevem que:
Na quinta feira 15 de abril, várias mulheres carregando pequenas representações de crianças em madeira passaram perto de nós durante a manhã.As mães que perderam um filho
carregam essas grosseiras imitações em sinal de luto, durante um tempo indefinido. Nenhuma delas resolveu-se a se desfazerem nosso beneficio de uma dessas lembranças de afeto materno....

È de acreditar que a mortalidade seja imensa entre as crianças pois quase todas as mulheres que encontramos levaram uma ou várias figurinhas de madeira a que já nós referimos. Cada vez que essas mães paravam para refrescar-se não deixavam de apresentar aos lábios dessas pequenas imagens uma parte do seu alimento.

Segundo “Richard Burton “ diz...O Orisá das crianças. Estátuas feias e pequenas carregadas pelas mulheres no pano que atam à cintura quando um dos gêmeos morre ou éexterminado. Esses ídolos são enfeitados com anéis epulseiras de contas.Em lagos 2 homens os confeccionam ao preço de 3 shillings por peça.

O “Padre Baudin” diz.... O Ibeji dos Yoruba é a divindade tutelar dos gêmeos. Um macaquinho preto é sagrado para os Ibejis, fazem ao animal oferendas de frutas e sua carne não pode ser comida pelos gêmeos ou por seus pais. Esse macaco recebe o nome de EDON DUDU ou EDON ORIOKUN.
Um dos gêmeos é geralmente chamado de EDON ou EDUN . Quando morre um dos gêmeos a mãe carrega juntamente com o sobrevivente uma estatueta de madeira que mede de sete a oito polegadas do mesmos sexo da criança morta para impedir que o sobrevivente permaneça ligado ao defunto e também para dar aos espírito do morto um objeto no qual ele possa fixar-se sem perturbar aquele que sobreviveu.

Em “Epapo” aldeia à beira da laguna de Lagos situada entre esta cidade e “Badagris” existe em louvor aos Ibejis um templo célebre onde os gêmeos e os pais realizam peregrinações.
“Stephen Farrow, acrescenta.... os nomes dados aos gêmeos são geralmente Taiwo ( To-aiye-wo, para experimentar o mundo) e Kainde (Kehin-de, vir atrás)

“Richar Barton” reporta-se aos Fon escreve o seguinte:
Hoho, o fetiche dos gêmeos que protege esses seres exepcionais. Em Allada esse nascimento era infamante. Os homens não queriam acreditar que uma mulher pudesse ter 2 filhos de um homem. Em Abomey onde se deseja aumentar a população à mãe é objeto de honrarias. Os fetiches dos gêmeos não tem esposas. A cerâmica dos HOHO assemelha-se a dois fornilhos de cachimbo ligados um ao outro e um utensílio de ferro denominado “Asen” que consiste em 2 pequenos cones de ferro atados a uma vareta de ferro com seis polegadas de comprimento e também pertence aos Hoho’s. 



“Lê Hérissé” publica
Como todo acontecimento notável, o nascimento dos g~emeos impressionou o espírito dos dahomeanos que lhe deram uma explicação fabulosa.

A crença popular afirma que os gêmeos provêm de ZOUN, mata ou regiões vagas, às quais regressam após sua morte. Existem quatro ZOUN. Recebem o nome de “ Ouekero” e correspondem a nossos pontos cardeais, cada um deles tem seu bosque fechado em torno de Abomey.

Se se quiser preservar os gêmeos de uma destino desfavorável convém antesed mais anda saber de qual ZOUN eles provêm, é FÁ quem informa sobre a questão aos pasi interessados. Após a manifestação de FÁ os gêmeos quando já podem andar são levados aos Zoun indicado, onde são realizados modestos sacrifícios e oferendas de milho, azeite-de-dende e miúdos de frangos. Em seguida todos dirigem-se em procissão ao mercado.
Os gêmeos usam um traje novo, trazem rosário de búzios e nos pulsos e tornozelos pulseiras feitas com conchas.

Sua mãe precede-os agitando uma sineta, algumas mulheres participam do cortejo e de vez em quando entoam cânticos. No mercado estende-se uma esteira no chão para permitir aos gêmeos sentarem-se quanto os parentes e amigos desfilam para cumprimentar a ditosa mãe.
Bem comportados e sérios os infantes submetem-se a todas as cerimônias.

O nome escolhido para os gêmeos é ZINSU e SAGBO para os meninos e ZINHUE e DOLU para as meninas. Se ao nascer eles se apresentarem pelos pés seus nomes serão respectivamente, AGOSU, AGOSA,AGOSI e AGOHUE.
A criança que nasce após os gêmeos chama-se DOSU se for menino e DOSI se for menina.
Eis alguns outros pormenores tais como me foram confiados em Abomey: “ se alguém está doente interroga-se FÁ e se Hoho pedir para comer vai-se até a mata e desenha-se um VEVE no chão com farinha de milho e azeite-de-dendê”

A oferenda consiste em duas cabaças e duas quartinhas pintadas de branco e vermelho, são pronunciadas as seguintes palavras: “ Mijolonan pala we i whe bonai do te me nue “ (vamos levar Hoho à sua casa para dar-lhe comida que vc pediu)
Um macaco deve passar pelas árvores do contrário Hoho não irá à casa . Se na volta um ou mais macacos aparecerem é sinal de que ele aceita a oferenda: “ Hoho wai agbantoe” ( os gêmeos aceitam a bagagem)

Os presentes gritam .. Bu, bu, bu, bu batendo na boca acompanhados de uma sineta (gan) obedecendo ao seguinte Cântico:
Ti gogo gogo, ti go , ti gogo gogo. Ti go. 



Azirí-Tolá - A divindade das águas doces

Vódun Azirí-Tolá


Azirí Tolá é a Naê das águas doces. Assim como em todas as culturas afro descendentes, no djèdjè mahí também existe uma divindade relacionada ao culto as 

águas doces e a fertilidade. Essa divindade é considerada uma Nae togbosy termo que engloba outras demais divindades relacionadas as águas.

Aziri Tolá é uma Nae Togbosy que vive no fundo dos rios, pertencendo a
o panteão da terra pelo culto aos ancestrais. Muito doce e meiga, prefere a paz e traquilidade do fundo dos rios, regendo todos os seres vivos que por lá vivem. Recebeu ordens de Mawú para levar aos seres humanos a fé e o amor, sendo responsável também pela beleza e fertilidade do planeta, cuidando de sua aparência e bem estar. É a senhora do amor e tem a propriedade de unir as pessoas sentimentalmente através da paixão e do amor.

Rege os casamentos, as uniões estáveis e todo laço de afeto que pode existir entre duas pessoas de sexo opostos ou do mesmo sexo.
É vaidosa, caridosa porém muito exigente, gostando das coisas sempre em ordem, principalmente relacionadas ao culto. É a maior representante da classe das Naes togbosys das águas doces pela sua importância e por se assemelhar muito ao òrísá Òsún dos cultos iorubás.
Veste amarelo clarinho, com detalhes dourados e prateados. Se enfeita com pedras, conchas e caramujos. Aziri tolá também é responsável pela fertilidade da mulher, regendo a gestação, a hora do nascimento e o bem estar do filho e da mãe. Divindade do encanto e da beleza, adora o ouro e tudo o que brilha, simbolizando o flash de luz que atravessa as águas e chega ao fundo dos rios, clareando um pouco aquele mundo escuro e sombrio.
É responsável pelo bem estar das águas e todo ciclo de animais, folhas e micro-organismos que nelas
 vivem, juntamente com Nae Tokpodun, uma divindade do panteão hevioso que foi expulsa do oceano devido seu gênio forte e arredio.

Outra Nae muito conhecida do culto as águas doces é Aboto, vodun cujo culto atravessou fronteiras e chegou até as terras iorubás, sendo cultuada ora como variação de Íyèmònjá ora como variação de Òsún. Aboto é a senhora do encontro das águas, regendo o local onde o rio desemboca. Pertence ao panteão da terra, sendo um vodun velho e temperamental, coligada ao culto aos ancestrais. É a dona do suór e de toda água encontrada no organismo. Senhora da pororoca e das èkédjís, protegendo-as e cobrando-as de suas funções. Suas cores são o amarelo pálido e o transparente; gosta de adornos dourados e prateados e adora perfumes.

Muitas Naes das águas doces são desconhecidas devido a falta de
 informação e aprendizado porém, cada uma possui sua significância, seja pertencente ao panteão dos trovões ou da terra, sua importância é indiscutível para o culto e para a existência do planeta e dos seres que nele habita. Usam adornos dourados em sua maioria, vestes estampadas, amarelas ou azuis, trazem nas mãos liras, espelhos, leques, òfá, penas, etc. variando conforme seu culto e sua abrangência. Algumas possuem fundamentos com Òtólú, outras com Ajaunsi, Sogbo, Averekete, etc. Seu dia da semana é o sábado e seus pratos são os mais variados, desde o òmóòlókún, peixes diversos, arroz doce, lè lè, ásòsò, doces e frutas.



Lokô - A árvore centenária

Vódun Lokô

Loko é um vodun essencialmente daomeano cujas origens são atribuidas a dois lugares.
Loko Atisou veio de Hula.
Atidan Loko veio de Uemê (Oueme) onde é conhecido por Adan Loko.
Seu culto migrou para o território iorubá, aonde ele é reverenciado como divindade secundária.
Conhecido como Atinmé-vodun (o vodun dentro da árvore), Lôko simboliza o primeiro ser sagrado do mundo
Por isso é considerado o primogênito de Mawu e Lissá, muito embora Sakpatá seja frequentemente reconhecido por esta atribuição. 
Lôko é cultuado por toda parte nos paises da África que adoram esse Vodun,
E está presente em todas as familias de voduns: Ji-vodun, Ayi-vodun, Tô-vodun e Henu-vodun. 
Os vodunsis de Loko que são chamados de Lokosi e usam frequentemente a metade esquerda do crânio raspado e ostentam seus símbolos nas costas.

A árvore

Loko´tin é a árvore do Iroko.
Atin vodun são arvores consagradas a Loko. 
Atin- significa árvore em fon.
essas árvores são sagradas tanto para os Fon quanto para os iorubás, por estarem consagrdas aos ancestrais.
Os Atinmé-vodun são os espiritos que habitam a Amoreira Africana conhecida como Irôco por toda a Africa (Milicia excelsa).
No Brasil consagram-se outras espécies de árvores à esse Vodun, como a Gameleira ( lokotin, Ficus doliaria), a Sumaúma de Várzea ( huntin, Ceiba petandra) O Dendezeiro ( detin, Elaeis guineensis) , o o Mamoeiro ( kpentin, Carica papaya ), etc.
Na floresta do rei Kpasse, o fundador de Uidá, existe uma dessas árvores, que segundo a lenda, é o esconderijo desse rei, que transformou-se nela para escapar da perseguição de seus inimigos.
Iroko é uma designação comum em várias linguas do oeste africano.
Algumas vezes a pronuncia se modifica de acordo com a região.
Para os fon do Benin é conhecida como Loko.
Mas a sua origem da palavra é a mesma para todos esses povos.
Vem da mesma lingua ancestral comum aos povos Idoma, Igala, Yoruba, Igbo, Edo etc.
É frequente encontrar essa árvores consagradas em fazendas, bosques sagrados, espaços públicos e cemitérios.
Para reconhece-las é só observar os objetos simbóicos que são depositados em sua base e amarrados no seu tronco.
Encontram-se frequentemente jarros, objetos de ferro, cabaças, velas, pedaços de tecido, dinheiro, pedras, garrafas quebradas e animais sacrificados.
Mas ha uma diferença entre os objetos usados para a sua sacralização de acordo com a região.
A madeira dessa árvore , conhecida como Teka Africana é muito forte e por isso é bastante procurada pela industria de imobiliários.



Djó - A divindade dos ventos

Vódun Djó

Djó ou Jó é um vódun feminino que adentra os cultos de Aveji-Dá, as guerreiras do ar. Ligadas as tempestades, raios, furacões, redemoinhos, ciclones, tufões, maremotos, erupções vulcânicas, aos ancestrais e a guerra, todas as Voduns guerreiras são conhecidas como Aveji-da. Até mesmo Oya dos yorubanos, é assim denominada em território daometano.

     Erroneamente, no Brasil, algumas pessoas feita de Oya se intitulam filhas de Vodum Jò. Digo erroneamente porque Oya é um Orixá yorubano e Vodum Jò é um ToVodum do panteão de Aveji-da, assim como Jò Massahundo também.

      Aveji-da é o Deus/Deusa das tempestades e dos ventos.

    Podemos encontrar as Aveji-da tanto na família Dambirà quanto na família Heviosso.

     As Aveji-da, da família Dambirà estão ligadas diretamente ao cultos dos akututos, sendo que cada uma tem sua função. Algumas reinam na fronteira do djenukom com o aikungúmã, outras nos ekúchomê, outras no hou, ôtan e tódôum., outras em humahuan, outras junto com Naê Nana, outras junto aos kpame e “possuídos” - essas, “talvez”, sejam as que mais trabalham (opinião minha) - outras se encarregam, junto com Exu, de levar os ebós e pedidos feitos pelo povo encarnado e desencarnados, a quem de direito e tentam trazer as soluções para cada um - normalmente conseguem.  Enfim, é uma infinidade de atribuições que essas Voduns têm, todas sempre em prol daqueles que pedem e precisam do auxílio delas, sejam encarnados ou desencarnados.

     Todas essas Voduns, são temidas e respeitadas por akututòs. Elas têm todos os poderes sobre o reino dos mortos e junto com Sakpata e Nae Nana, controlam a vida e a morte.

     As  Aveji-da da família Heviosso, estão mais ligadas aos fenômenos da natureza, como o furacão, ciclone, maremotos, erupções vulcânicas, etc. onde os eguns recém desencarnados nesses fenômeno são encaminhados imediatamente por elas as Guerreiras dos cultos de akututòs, pois Heviosso e demais Sobos não abrem suas portas para ekùs, dessa forma o trabalho delas tem que ser rápido e eficiente, para não contrariar o grande Heviosso.

     Contam os velhos Vodunos e Bokonos que a fúria de Aveji-da e de Heviosso contra as heresias humanas é que provocam esses fenômeno onde muitos sucumbem. Nessas ocasiões é que devemos recorrer a Velha Vodum Guerreira  que com sua sabedoria e magia sabe aplacar a fúria dos deuses e acalma-los.

     Essa Velha Vodum Guerreira mora junto com as demais Yamis e todas as Aveji-da prestam culto a mesma e tomam seus conselhos e usam sua magia quando precisam. Ela é um velha Aveji-da que se esconde nas sombras e adora a noite. Os pássaros são seu encanto. Junto com Ágüe visita os kwes em sua rondam noturna e se encontrar demandas ela  ai se detem nos para ajudar ou cobrar.  A fúria dessa Vodum destrói os inimigos e fecha um kwe. Dificilmente um kwe fechado por ela consegue se reerguer. Somente através de Baba Egum se consegue chegar a ela para aplacar sua fúria.

     As Aveji-da são mulheres muito vaidosas, gostam do belo, adoram a natureza, apreciam quando suas filhas imitam suas vaidades. São todas muito vaidosas e autoritárias, não gostam de receber ordem de ninguém principalmente dos homens, mas quando fazem suas vontades e caprichos tornam-se dóceis e carinhosas. São muito maternais, perdoam com facilidade seus filhos e os defende com toda a garra de guerreiras. Gostam de disputar com os Voduns Guerreiros quem luta melhor e esses sempre acabam cedendo aos encantos dessas mulheres que os encantam com sua magia e beleza.

     As Aveji-da comem cabra ou cabrito, galinha, galo, d’angola, pombo e outros bichos. Gostam de abara, acarajé, alapadá, quiabada, inhame, peixe, acarajés recheado com quiabo - existe um infinidade de comidas para elas -

     Seus apetrechos são o erugim, adaga, espada de lança curta com a ponta em forma de meia lua, faca, chicote, chifre de búfalo e de boi, fogareiro de ferro, abano de palha, abano confeccionado em tecidos finos ou pena (leque), abanos confeccionados em madeira, bonecas(fetiche), mariwo… Usam todas as cores em suas vestimentas. Seus colares ou fios de conta são das mais variadas cores e formato. Gostam de todos os metais, sendo que o ferro, o cobre e a prata são seus preferidos.

     Vale ressaltar que a confecção de apetrechos,vestimentas e fios de contas são determinados pelas próprias Voduns, portanto não existe uma “receita” para esses itens.

     As Oyas feitas dentro do culto de Voduns aderem todas as características das nativas, porém recebem também o que lhes são de direito dentro de suas origens. 

Vodun Jó é representado pela figura sábia que, junto com Akovodun, ensinou os seres humanos a respirar. Seu dia consagrado é a segunda-feira, ideal para magia imediata.

Características do Vodun:
Vodun Jó é o Vodun dos ventos e tempestades. Seus filhos são dinâmicos, enérgicos e temperamentais. Usa o ganje (pequena lança) e heso (braceletes de ferro). , que favorece os negócios. Sua evocação é “Vodunjó Honzon Dogbé!” (Vodun Jó, conceda-nos o ar da vida!).