segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Praça Oxum Ipondá em São Paulo

Praça Oxum Ipondá - Santana/SP

Plaqueta com o nome da praça
A praça foi inaugurada em 16/05/2011 na altura do número 145 na rua Ararima, Jd. Santana - Zone Norte de São Paulo - SP. Consequentemente também era o aniversário de iniciação do Babalorisa Júlio de Osun que estaria completando na época 47 anos. O pedido teria sido feito pelo vereador Quito Formiga do PR, e após muitos debates sobre, teria sido aprovado pela jurisdição do Estado de São Paulo pela nomeada Praça Oxum Ipondá. Incluso no pedido de lei 110/2011 onde cita que a praça é pública e social para todos.
Linda!!
Fontes: Site Oficial da Prefeitura de São Paulo;
Jornal SP Norte.
Fotos: Jornal a Gaxeta


Estátua de Oxum construída na praça


Isese - Religião Tradicional Yorubá

Jogo de Opele-Ifá (Um dos métodos de Opon-Ifá usada pelos
seguidores do Isese)

A Religião Tradicional Yorùbá (pronúncia em português = Iorubá), chamada de Isese (Ixêxê) ou Isese Lagbá, compreende as crenças originais e práticas religiosas do povo Yorubá. Sua terra natal é no sudoeste da Nigéria e nas partes adjacentes do Benin e Togo, uma região que veio a ser conhecida como Yorubaland. Durante o tráfico de escravos do atlântico foi exportada para as Américas, onde influenciou ou deu origem a formas de vida prósperas, como Santeria, Voodoo, Pallou e Candomblé. Crenças religiosas yorubas são parte de Itan, o total complexo de canções, histórias, mitos e outros conceitos culturais que compõem a sociedade Yorùbá.
Entende-se por religião yoruba a religião do povo Yoruba que tem uma forte relação entre os mundos sobrenatural o Orun e o natural o Aye a terra, que se complementam entre si. É uma religião onde o Ser Supremo é Olodumare também chamado de Olorun.
"A cidade de Ile-Ifé é considerada pelos yorùbá o lugar de origem do seus primeiras grupos. lfé é o berço de toda religião tradicional yorùbá (a religião dos Òrìṣà) é um lugar sagrado, onde as divindades ali chegaram, criaram e povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como os cultuarem, nos primórdios da civilização. Ile-Ifé é o “Berço da Terra”." (Barretti Fº, (2003) 2012)
A semana religiosa yoruba é de quatro dias, cada dia correspondia a um elemento da natureza, chamada ossé, é dedicado a uma divindade (Ojô Osé Ifá, Ojô Osé Ogun, Ojô Osé Jakuta, Ojô Osé Obatalá).
Os Elementos: Ar, Terra, Fogo e Água.
Cada dia tem 4 Odus, num total de 16 Odus principais, que desdobrando-se entre si, perfazem o total de 256 odus.
A tradição religiosa africana no Brasil conta com diversas raízes. Uma delas é o Candomblé Ketu Yoruba ou Nagô Ketu. Esta Nação tem Chefe da Casa Real ao Orixá Oxóssi, que é o apócope de "Oxoto kan soso", o Caçador de uma flecha só. Todas as pessoas consagradas nesta Nação tem sua cabeça pintada com waji (azul) que é a cor Real de Ketu.

Iniciação na Religião dos Orisás em África

Religião Tradicional Yorubá.
É uma das religiões africana, nascida na Nigéria há aproximadamente 12.000 anos. Essa religião cultua única e exclusivamente os Orixás. Seu panteão de orixás é maior do que o panteão do Candomblé. Essa religião cultua mais ou menos 4.000 Orixás. Os principais orixás são os mesmos do Candomblé, mas alguns com nomes diferentes. Obs.: Em África não é chamada de religião, para eles é uma filosofia de vida. Todos podem se iniciar independente da religião, católicos, protestantes, muçulmanos, islâmicos, ateus e etc... Desde que esteja em seu destino.
Alguns de seus orixás
Exu, Ogun, Oxóssi, Ibeji, Egbé (orixá da sociedade, das comunidades espirituais), Ajagunmale (orixá comunicador, atua junto com Exu), Ossaiyn, Nanã Buruku (também com o nome Omolu, por ser a filha de Deus), Ajê Saluga, Oxalá, Iemanjá, Obaluwaye, Xangô, Oxun, Oyá-Iyansan, Orunmilá-Ifá, Logun-Edé, Oxumarê e etc.
Diferenças desse culto para o candomblé
  • Nomes:
Nanã atua com o nome de Omolu. E é a única divindade Fón à adentrar o culto.
  • Vestimentas dos orixás
Obaluwayê não usa as palhas o tempo todo, somente em momentos específicos, Ossaiyn as usa.
  • Saudações aos orixás
A saudação Kábiyesì (no candomblé usa somente para Xangô) pode ser usada para todos os orixás Oyá é saudada como Eparipá Odò Oya O! e Epa Heiy! (diferente do candomblé, que usa somente epa heiy!)
  • Iniciação
No candomblé, a pessoa inicia somente para seu orixá de cabeça, mas no Culto de Ifá não, a pessoa pode iniciar para qualquer orixá, e faz mais de uma iniciação, mas a primeira é de Orunmilá e depois a pessoa inicia para todos os orixás possíveis até seu falecimento.
  • A hierarquia dentro de um terreiro
No candomblé, há uma hierarquia, que vai do babálorixá ou iyálorixá até o abian, que é a pessoa que ainda não iniciou No culto não, todos têm a mesma hierarquia. e todos podem fazer diferentes funções.

Jojo de Opon-Ifá

O culto à Ifá
O Culto de Ifá é oriundo das Religiões Tradicionais Yorubás, ligado ao Orixá Orunmilá da religião yoruba. Com a ida destas culturas para Brasil e Caribe, nos períodos do tráfico negreiro, alguns sacerdotes (chamados babalawo (yoruba) e Bokono (ewe/fon).) foram levados para estes países, estando ligados às religiões Candomblé (Brasil) e Santeria através da Regla de Ocha (Cuba).
culto de Ifá é um sistema divinatório, empregado na África e nos países para onde foi disseminado para decisões de cunho religioso ou social. Utiliza três técnicas diferentes (OpelêIkins e Merindilogun), que têm em comum os Odu-Ifá, os signos.
Esse culto foi trazido ao Brasil há aproximadamente 22 anos pelo babalorixá King (Sikiru Salami), sacerdote do Oduduwa Templo dos Orixás localizado em Mongaguá - SP, que traz anualmente da África o babalawo Awodiran Sowunmi e mais 20 sacerdotes e sacerdotisas de Abeokuta, na Nigéria.

Culto de Ifá tem um rígido e complexo sistema de conduta moral relativo a seus adeptos, expresso no Odu Ikafun, onde surgem os dezesseis mandamentos de Ifá.
Os primeiros a escreverem sobre Ifá no Brasil, obras publicadas em português foram sacerdotes Umbandistas. W. W. da Matta e Silva, conhecido como Mestre Yapacani já descrevia em 1956 um dos inúmeros sistemas de Ifá em suas obras. Seus discípulos, Francisco Ribas Neto (Mestre Arapiaga) e Ivan H. Costa (Mestre Itaoman) escreveram, nos anos 90, obras descritivas sobre o oráculo.


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A Sociedade de Elekô - Um culto à Obá



A Sociedade de Elekô
Culto de Elekô

Do culto de Elekô, muito se perdeu com o tempo e com a opressão dos homens diante do Culto à Mulher. 

Esse é o culto da ancestralidade feminina individualizada, a grande matriarca deste Culto é a Deusa Obá, esta sociedade é considerada como justiceira, era formada por amazonas que além de cultuar as mortas, puniam os homens que eram injustos com as mulheres, defendiam a soberania feminina. 

O que Xangô representa para Egungun, Obá representa para Elerikó em Elekô. 
No culto de Elekô, temos como principal representante o Orixá Obá, esta por sua vez é a rainha da sociedade e a comandante do poder feminino, controla o poder feminino perante a politica, a justiça, a lei, a vida e ao controle da sociedade.
Em Elekô, as mulheres eram pessoas comuns ao ve - las, mas sabiam guerrear, lutar, caçar e trabalhar, são mulheres independentes, que ao foco não precisavam de homens para nada em seu culto, onde homens eram rejeitados e expulsados a entrada da sociedade, nem aos seguidores de Xango, o grande amor de Obá, não conseguiram entrar no reino, pois foi por causa de Xango que Obá criou essa sociedade, tendo como só integrantes as Yágbás, orixás mulheres, e voltado como segunda comandante sua filha Opará, muito confundida com Oxún. De todos os homens orixás que existem, chamados de Oborós, o unico que conseguiu entrar nessa sociedade foi Oxóssi, o fiel companheiro de Obá, mas não tendo integração nenhuma sobre a qual sociedade. Como um foco, Elekô é voltada as mulheres, que por varios séculos sofreram perante o poder masculino, que é representado por Oxalá e Ogún, e que ao passar dos tempos vem lutando para o poder de igualdade e de expressão, pois é a Obá que devemos oferecer as graças femininas, enquanto é a Oxun que devemos louvar, mesmo Obá e Oxun tendo suas desavenças, elas trabalham juntas para o controle do poder feminino perante ao mundo hoje.
como diz um orín de Obá " Obá Elekò a já osí" Obá a senhora do poder de Elekô, do poder feminino.

Sociedade de amazonas africanas


Orixá Obá


Oriki Iyámi Egbê (tradução)


“Mãe, proteja-me, eu irei ao rio, não permita Éméré seguir-me em casa.


Mãe, proteja-me, eu irei ao rio, não permita que uma criança


amaldiçoada siga-me em casa.


Mãe, proteja-me, eu irei ao rio, não permita que uma criança

estúpida siga-me em casa.


Ólùgbón morreu e deixou filhos atrás dele. Árégá morreu e


deixou filhos atrás dele. Ólùkóyì morreu e deixou filhos atrás


dele.


Eu não poderia morrer sem deixar filhos atrás de mim. Eu não

poderia morrer de mãos vazias, sem descendentes.”


Culto secreto à Obá em África

Erinlé - O caçador de elefantes

Orixá Erinlé


DIA: Quinta-feira
CORES: Azul-claro e branco (muitas vezes pega um tom de verde).
SÍMBOLOS: Lança (devido ser um caçador de elefantes) e uma quartinha de barro.
ELEMENTOS: Terra e água.
DOMÍNIOS Caça, pesca, a riqueza, a abundância e a inteligência.
SAUDAÇÃO: Oke Erinlé, Awa ti Wo! (Viva Erinlé, Todos te cultuam!)

Erinlé, Irinlé (do iorubá Erinlẹ), ou as vezes confundido como Oxossi, é o orixá da caça de Ijexá, onde passa um rio do mesmo nome. Erínlè quer dizer "elefante" (Erin) "na terra" (ilè) ou "terra do elefante". Seu templo principal é em Ilobu, onde, segundo Ulli Beier, dois cultos teriam se misturado: o culto do rio e o do caçador de elefantes que, em diversas ocasiões, viera ajudar os habitantes de Ilobu a combater seus adversários.
Seu símbolo, de ferro forjado, é um passaro fixo sobre uma haste central, cirundada por dezesseis outras hastes sobre as quais se encontra também um pássaro. O culto de Erinlé realiza-se às margens de diversos lugares profundos do rio, chamados ibù. Cada um desses lugares recebe um nome, mas é sempre Erinlé que é adorado sob todos esses nomes. 
Erinlé recebe oferendas de acarajé, inhames, bananas, milho, feijão assado, tudo regado com azeite-de-dendê.

O culto de Erínlè está centrado ao redor do rio Erínlè, afluente do rio Òsun, que atravessa a cidade de Ìlobùú (Ilú Òbú ou cidade de Òbú), localizada ao sul da Nigéria Ocidental, na estrada de Ogbomoso para Osogbo (situada aproximadamente 16 km a oeste de Osogbo). Ele é a divindade padroeira de Ìlobùú, um centro de comércio para o inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão, quiabo que está em uma área de savana habitada principalmente por iorubás.
Òbú é um tipo de giz nativo (efun) comestível, usado para temperar comida. Era um dos temperos principais antes do sal, da mesma forma que o aró-àbàje (uma tintura azul comestível) é usado para temperar comidas como o ekuru aró.

Tido por alguns como filho de Ainá, Erínlè é considerado por outros como filho mítico de Yemoja e de Olokun. É um orixá caçador, pescador e um médico, por conta do seu grande conhecimento da floresta e da flora. Enquanto médico dominou, antes de Ossãe, o poder da botânica. Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um cajado (òsù) semelhante ao que carregam os sacerdotes de Ossãe e de Ifá devido à sua importância como curandeiros medicinais.

Ele conhece o poder curativo do Eja aro. Essa medicina nasce em Òkànràn Òfún. O peixe seco (eja aro) é conhecido na terra dos Nupes e isso é revelado pelo caminho de Òkànrànsodè descrito abaixo e na conexão entre Erínlè e o exilado rei dos Nupes.

Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido como Erínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú, Enlè em Okuku.
Nas Américas, Erínlè é às vezes considerado hermafrodita, mas na terra iorubá é adorado principalmente como uma divindade masculina. Ele é pensado por alguns estudiosos como o aspecto masculino de Yemoja Mojelewu. O que parece consenso é que Erínlè mora na floresta com os irmãos Osányìn, Ògún e Òsóòsì, no cultivo com Òrìsà Oko, nas águas com Yemoja, Otin e Òsun. Sua verdadeira residência seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se misturam as águas doce e salgada.

Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos, conhecidos como: Ojútù, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín e Àánú. É o oríkì de cada ibú que distingue entre os caminhos diferentes ou manifestações de Erínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um caçador, outro ainda no poder presente na profundidade do rio. São cantados oríkì individuais a Erínlè no seu festival anual da mesma forma como também são invocados coletivamente.

O awo, ota Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè (em Okeho é adicionalmente conhecido como aawe Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente das encontradas em Ìlobùú e na maior parte da terra iorubá). Potes fechados que guardam pedras e água são predominantemente associadas com divindades fluviais femininas, como aqueles encontrados nos cultos de Yemoja e Òsun. O awo - ota - Erínlè é o recipiente tradicional para guardar os ota de Erínlè. Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival anual de Erínlè em muitas partes de Nigéria. Para o festival, sacerdotes trazem com eles o próprio awo - ota - Erínlè para o festival no rio de Ìlobùú. Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo - ota - Erínlè colocado no alto da cabeça.

No Brasil, no Candomblé Ketu, esse orixá é chamado Oxóssi Inlê ou Oxóssi Erinlé e considerado apenas uma "qualidade" de Oxóssi. 
Existe muitas confusões sobre o culto a esse orixá dentro do Brasil, Erinlé é uma divindade assim como dita acima da cidade de Ilogbú, proximo á Osogbô e Karê, e o culto a Enlê ( ou Inlê como chamamos aqui no Brasil ) as margens do rio Erinlé. 
Ainda se discutem muito sobre Ibualamo ser ou não ser um caminho de culto de Orixá Erinlé, mas ainda é muito cedo para se concluir qualquer coisa sobre, o que se pode dizer até então é que de fato Ibualamo não é uma "qualidade" de Oxóssi como é dito aqui no Brasil por muitos.


domingo, 7 de agosto de 2016

Aganjú - Divindade do magma


Orixá Aganjú
DIA: Quarta-feira.
CORES: Branco e marrom.
SÍMBOLOS: Machado com pedra de terracota.
ELEMENTOS: Fogo e terra (magma)
DOMÍNIOS Magma, vulcão, erupção, crosta terrestre, justiça.

SAUDAÇÃO: Awure Kabyiesí Agonju! (Nos dê sorte vossa majestade Aganjú!)



Aganju (Agonju) é um Orixá distinto relacionado com Xangô, Oxun e Iyansan.
Segundo a tradição de Oyó, Aganju é sobrinho de Xangô e filho de Dadá Ajaká, alafin deposto pelo irmão. Quando Xangô caiu, Ayrá tomou o trono que depois de muitos conflitos o fez deixar, Dadá Ajaká voltou à Oyó e reassumiu como o quarto alafin de Oyó. Após sua morte, o trono foi herdado por Aganju, quinto alafin de Oyó e neto de Oraniyan.
Existem muitas confusões com seu culto aqui no Brasil, pois Aganjú é um orixá distinto de Xangô assim como Ayrá, mas devido seu culto ter se perdido tanto no Brasil como na Africa, Aganjú tem sido tratado como “qualidade” de Xangô, mas deixando claro que Aganjú é distinto, pois está relacionado a ser a terra firme, ou seja, o solo, enquanto Yemonjá é a água, o mar, os lagos e rios do planeta. Em circunstancias, Aganjú é um orixá velho, sábio e muito criativo, porem ás vezes é tido como " amaldiçoado ", devido a uma encrenca que teve com as feiticeiras Iyámi - Oxorongá, tendo que ser obrigado a ficar preso a terra para sempre. Aganjú veste marrom e branco, suas contas tambem são marrom e branco, ou só marrom, usa um oxê ( machado ) e um cajado, porem no Brasil ao invés de colocar o cajado, esse apretecho é substituido as vezes pelo xére ou por um outro oxê.
Nos mitos, Aganju é às vezes tratado como uma divindade primordial, associado à terra (em oposição à água) e às montanhas e vulcões.

No Brasil, Aganju, ou Xangô Aganju é considerado uma "qualidade" de Xangô enquanto dono das leis e das escritas e padroeiro dos intelectuais, em contraste com Xangô Agodô (o Xangô mais velho, ou o Xangô propriamente dito), que é principalmente o Orixá da justiça e do equilíbrio. É sincretizado com São José (festa em 19 de março) ou São Miguel Arcanjo.

"Xangô Aganju" também representa Xangô como orixá do ar e em sua relação com a mãe Iemanjá, que por ele teria sido violentada, dando origem aos Ibejis. Nesta concepção se misturam o conceito africano de Aganju como orixá da terra e o do seu filho Orungã, o ar, que teria violentado Iemanjá e dado origem a vários outros orixás.

Lendas de Aganjú
O surgimento de Aganjú

Do consórcio de Obatalá, o céu, com sua esposa, a terra, nasceram dois filhos: Aganju, a terra firme, e Iemanjá, as águas. Da união com Aganju, Iemanjá deu à luz a Orungã, o ar, o espaço entre a terra e o céu.
Mas Orungan cresce e se apaixona pela linda e sensual Yemonjá. E da união dos dois, o ar e a água, cresce profundo amor. Mas aflita, Yemonjá um dia se desprende dos braços de Orungan e foge alucinada, desprezando a continuidade daquele amor proibido. Orungan então a persegue, mas, prestes a alcançá-la, Yemonjá se deita. O corpo então cresce e, dos seus seios fartos, nascem dois rios que adiante se reúnem, constituindo uma lagoa. Do seu ventre fértil que se rompe, nascem: Dadá Ajaká, orixá dos vegetais; Xangô, deus do trovão; Ogun, deus do ferro e da guerra; Oyá, deusa dos ventos e da tempestade; Oxun, deusa das águas doces do rio Oxun e Oxúpá, a lua.


Kitembo - O rei da Nação Angola, a divindade do tempo


Nkissi Kitembo


Kitembú é a divindade do tempo e das estações do ano, é ele quem comanda o clima, se chove ou não, se faz calor ou não, se neva, se esfria, se esquenta, se vira para tempestade, enfim o que estiver relacionado com o tempo, esse é o comando de Kitembú.

Kitembú é um Nkissi ( divindade Bantú ) muito conhecido e cultuado por eles, porém, pouco se sabe sobre esse magnifico Nkissi.
Em umas de suas trajetórias, Kitembú seria o Nkissi que livrou seu povo ( tribo Bantú ) de um ataque e erroneo no antigo local de morada, que após jogar um pó branco ( Pembá ) para o céu, se tornou bandeira e guiou Kitembú e seu povo para um lugar onde não seriam atacados e nem destroídos, contemplando assim, Kitembú o Rei da Nação Angola ( Kabinda - Bantú ).
Sua origem se desvem de Bantú, porem alguns dizem que Kitembú tambem seria Orixá, e cultuado nos Candomblés de Ketú e Jejê, mas não há nada que prove essa tese ou diversifica essa história, tendo que ser comparado com Orixá Irokô para se ter o culto em outras nações.
Pois bem, conhecemos que Kitembú é o rei da nação Angola e que comanda o tempo e as estações, mas o que chega ser esse Nkissi, quais suas caracteristicas e determinações?! Pois então, Kitembú é classificado como um velho, mas um velho muito ativo, inquieto e mandão, é um beberrão e gosta de farrear com as coisas, coisas que vemos com o proprio tempo, ora esta frio, ora calor, ora sol, ora chuva, não se dá para compreender o tempo e nem suas determinações, mas isso é crucial, pois Kitembú é um Nkissi muito concentrado em sua função dada por Nzambi, porem quando se enfurece, faz com que o tempo se limite entre sí mesmo e começa a ficar perdido, dessa forma Kitembú ponha - se a beber, ficando embriagado pela bebida alcoolica, Kitembú fica louco e hostio ao mesmo tempo, ocorrendo as mudanças climaticas momentanes, o tempo de tédio, horas perdidas e etc.... ocasionando serios acontecimentos que até o proprio Nzambi fica perdido, onde que quando ele esta assim, dá ordens aos outros Nkissis sem saber o que esta dizendo, ocasionando furiosas tempestades, terremotos, nevadas, ou até mesmo guerras, consquistas de impérios, doença epidermicas, ataque de animais, perca na agricultura, pois é Kitembú que limita as funções dos outros Nkissis, e estando num estado embriagado, fala e da ordens nas quais não se compreende e tambem não se segue a risca de Nzambi, ocorrendo esses serios fatos.
Kitembú só consegue ser acalmado após ser muit bem tratado por Nkissi Pembá, Mavambo ou Kaiaiá, pois são Nkissis que conseguem se comunicar integralmente com ele, dando lhe a ajuda e a firmeza para que Kitembú não se perca outra vez, por isso a razão de Mavambo conseguir se transportar entre o tempo e entre um lugar ao outro, pois Mavambo é a unica divindade fora Nzambi que consegue voltar ao passado, estar no presente e ir para o futuro ao mesmo tempo, tendo grande importancia em cultos e tambem nas conclusões de Kitembú, Pembá é o Nkissi do destino, da sabedoria e do acontecer, ele é o proprio acontecer, pois é ele quem faz o continuo espaço tempo, tendo forte ligação com o Nkissi Kitembú, e Kaiaiá, pois é a mãe de todos os Nkissis e protetora, tendo uma função de sanear a mente, ou seja, a sanidade mental de cada ser.

Kitembú tem como grande parceiro seu amigo Mutalambo, Nkissi da caça, da floresta e dos animais, pois a cada império consquistado ou a cada caça abatida, Mutalambo joga o pó de pembá ao ar, se tornando uma bandeira, sub dizendo " Eis aqui o fim do tempo de tal lugar, vida, sociedade, ou etc" significando que o tempo de vida ou de mandato de tais acabaram. Também tem forte ligação com Kaiangú, Nkissi dos ventos, tempestades e raios, pois é com ela que Kitembú se forte identifica na hora de mostrar todo seu poder, e é com ela que vem a terra fazer sua passagem, por isso o vento sempre se interliga com o tempo e vice - versa. Tem grande e importante ligação com Zumbá, pois alguns dizem que é seu filho, outros dizem que seu marido, mas a relação entre Kitembú e Zumbá é intensa e bem licita, pois Zumbá é a morte, a dona de Nvumbi ( morte ) e a comanda, e a morte é o inicio e o final de tudo, e mostra que o tempo da pessoa na terra acabou e é hora de voltar ao além, nos dando a conclusão de que tudo existe um tempo, e de que nada é eterno, tudo tem um começo, um meio e um fim, mas que nada se termina, apenas recomeça novamente de uma outra forma.
É irmão de Nsumbú, o Nkissi da terra, das doenças e da saúde, e sua ligação com Nsumbú é bastante forte, mas tambem precária, pois Nsumbú e Kitembú vivem brigando, por isso ocorre as vezes epidermias ou doenças por varios anos ou em varias pessoas. Tem uma intensa ligação com Nzazi e tambem com Luango, Nkissis do trovão, justiça e da lei, pois Nzazi é o poder em comunicação, e o proprio raio e trovão, e Luango é o intermediário entre o céu e a terra, tendo em suas aparamentas uma chave, mostrando que Luango tem a chave do céu em seu comando dado por Lembá, nos dando identificação de que o tempo corre tanto no céu, quanto na terra, e de que a maior prova disso é a mudança, onde entra Hongolo, pois Hongolo é o Nkissi cobra, do arco - iris como seu proprio nome, da advinhação e das mudanças, pois é Hongolo que tuda muda, que tudo transforma, que tudo mexe, é ele o senhor dos movimentos e do "mudar" de vida, dando a intendificação fortemente com Kitembú, pois Hongolo muda tudo, mas sem a passagem e a ordem de Kitembú, nada se muda, nada se transforma e nada se inicia, sem Kitembú, Hongolo não pode continuar o ciclo, formando - se a evolução, que é a maior mostra de passagem de tempo na terra, onde se concentra Nkissi Nkossi ( Ogún - Ketú ) ou ( Gú - Jejê ), pois é ele o senhor dos metais, dos caminhos e da evolução, e para se seguir o caminho, precisa - se te tempo, pois é no tempo que encontraremos nosso caminho, e mostraremos nossa evolução. Kitembú tem passagens e fortes e importantes ligações com todos os Nkissis, tambem com Danda Luna, Katendê, Zimbá Ngondo, Karámoze, Telekompenzo, ou seja desde Mavambo á Lembá, pois é Kitembú quem determina o caminho, o tempo, o mudar, o passar, transformar, evoluir, faturar, ganhar, perder, esperar, conquistar, revolucionar, voltar, prosseguir, diminuir, crescer, amar, odiar, aprender, ensinar, ou seja, o viver de cada e de todas as pessoas do mundo, seja de animais, plantas, humanos, elementos ou objetos, pois é Kitembú quem decide e que determina seu existir, o seu viver.

SUA COR: branco com prata, tambem branco com verde e vermelho, ou todas as cores.
ADORNOS: ferramenta de metal de bandeira, uma lança, ou pode carregar tambem uma ampulheta.
DIA DA SEMANA: terça - feira.
DATA COMEMORATIVA: 10 ou 11 de agosto.
FIO DE CONTA: branco, verde e vermelho.
SAUDAÇÃO:
Nzará Kitembú, Kiuá Tateto Ndembwá Talenú!!


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Hongolo-Mea - O reflexo de Hongolo


Nkissi Hongolo-Mea



Hongolo-Mea, é a cobra femêa de Hongolo, o Nkisi do arco-íris.
Hongolo-Mea é erroneamente comparada com Orisa Yewa dos Yorubas, pois, Yewa não é a cobra femêa de Osumare, tendo esse posto a outra divindade Yorubá que mais tarde falaremos dela. Hongolo-Mea aparece junto à Hongolo no céu quando nasce o arco-íris, e cumpre um papel importante para a cultura Banto, embora muitas vezes não seja tão valorizada e cultuada como deveria ser.

É uma divindade do duilo (céu), e raramente aparece, por isso é tão comum não vermos com tanta facilidade adeptos deste Nkisi nas casas de nação Angola-Kongo, e por se tratar de uma divindade tão rara, se deve total respeito e honra quando aparece. É dito pelos mais antigos do seguimento Banto que só se pode ter uma pessoa iniciada para Hongolo-Mea em uma casa de nação Angola-Kongo e, só poderá ter outra se caso esta única venha falecer, pois, este adepto cumpre uma função dentro da casa, que é reabastecer sempre a água de todas as quartinhas dos Minkisi, e também do poço consagrado à Hongolo, na qual somente Hongolo-Mea e o sacerdote ou sacerdotisa podem mexer.

É dotada de um vasto poder, embora seja vista como o lado feminino de Hongolo, cumpre funções próprias como reabastecer o céu de água para uma nova chuva, e refletir a imagem de Hongolo, já que é dito pelos Bantos tradicionais que Hongolo foi amaldiçoado a enchergar seu próprio reflexo, contexto que merece um estudo mais aprofundado, mas aqui estou só colocando os motivos, a razão talvez seja tema para outro dia. Além de todas estas peculiaridades, Hongolo-Mea serve à Hongolo metade daquilo que recebe, por isso esta dualidade no culto de Hongolo e vice-versa (muito parecido com a dualidade de Vódun Bessen dos Fóns), vale ressaltar que este Nkisi não leva alguns adereços que Hongolo carrega devido ser uma divindade feminina, uma delas é a segunda serpente na mão que Hongolo carrega, já que ela é a própria segunda serpente que anda com Hongolo, e isto vale até mesmo dentro do seguimento Kongo, onde ela não se manifesta mas pode ser assentada.

É um Nkisi mais complicado de se trabalhar, apesar de poucas coisas que se remete à ela, é preciso muito estudo para trabalhar com esta dualidade de Hongolo que exige mais conhecimento e busca por tal, Hongolo-Mea é cultuada juntamente à Hongolo, leva como sua femea companheira, que desde a criação do mundo na cosmologia Banto é existente.



Hongolo - A divindade do arco-íris

Nkissi Hongolo


Hongolo é o Nkisi da chuva, do arco-íris, das mudanças e da comunicação, recebe vários nomes dependendo do seu local de culto em terras bantus como: Tata Nkunde, Zingala, Malanvaia, Ayinea, Nganda Vulá, Kokodo e etc.
Hongolo é erroneamente comparado com o Orisá Osumarè do candomblé de Ketu, está associado ao arco-íris e a serpente.
É o Nkisi das mudanças e se transforma em cobra ou em arco-íris como manda sua criação.
É a cobra sagrada presente em todas as civilizações antigas. O princípio da sabedoria: a cobra que morde o próprio rabo, fazendo um ciclo, simbolizando o infinito. A corruptela da palavra Hongolô , que significa arco íris, ou réptil, é Hongolô, nome pelo qual esta divindade é conhecida nos candomblés de Angola/Congo. Surge da água em evaporação. O seu caminho é muito próximo da Senhora das Águas doces, Ndandalunda, chegando a se confundir, já que estão ambos no reino das águas e da fecundação. Também é a cobra na terra e conhece as profundezas do planeta conseguindo fazer as transformações. Embora sua natureza seja masculina, apresenta uma androgenia nata e tem-se como fêmea quando a conhecemos como Hongolo-Mea (Angorô-mean). Faz a ligação entre o Ixi e o duilo (terra e céu), por isso seu culto é fundamental e tão difundido.
Hongolo não é Andrógeno, é um Nkisi Masculino, e sua forma feminina é conhecida como Hongoro-Méa. Na cultura de Jeje temos Vódun Bessen (Gbecén) que é erroneamente associado à este Nkisi, porém leva uma série de informações parecidas com este, mas segundo a visão Fón, Bessen é um Vódun de criação, não possue sexo, por isso esta dualidade sexual sobre esta divindade, e isto tem influenciado outras culturas como a Banto e a Nago Yorubá, que visa Nkisi Hongolo e Orisá Osumare como um ser andrógeno, mas não é.
Hongolo também é o Nkisi que auxilia a comunicação entre os seres humanos e as divindades. É um tipo de cobra e por ter um colorido em seu couro bastante característico e semelhante ao colorido do arco-íris sempre que aparece um arco-íris no céu os bantu saúdam Hongolo, pois ele está entre eles.

Na Mitologia Bantu Tat’etu Hongolo – É o arco-íris, ligado aos movimentos de subida e descida das águas. Também se identifica com a cobra sagrada que aparece em todas as mitologias antigas.