terça-feira, 31 de maio de 2016

Loango - O senhor da justiça

Nkissi Loango


Loango ou Luango, é o Nkissi da justiça e também do fogo e dos raios. Apesar de ser um Nkissi muito ligado ao próprio raio em sí, Loango não é o mesmo de Nzazi. Compreendemos que Nzazi é o próprio raio em sí, enquanto Loango é também o fogo causado pelo raio e lidera a justiça. O punidor, assim como alguns povos Muxikongos chamavam. Loango é aquele que puni, a justiça lhe vale, poder não concebido diretamente a Nzazi, já que só cabe somente à Loango julgar ou inocentar alguém ou algo. Seu culto em Angola era no antigo reino de Loango, onde hoje é a atual República do Congo, seus adeptos o adoravam pelo vasto poder de fogo e assim acreditavam que Loango lhes proporcionavam o fogo para aquece-los, no preparo de alimentos e fogueiras para iluminar, porém, se não bem cultuado, acreditavam na punição sevéra de Loango, onde aconteciam incêndios, mortes por raios, fogo e explosões de vulcões.
No Candomblé Bantu Loango é saudado junto à Nzazi como já citado, e em festividades deste Nkissi, é necessário acender uma fogueira e encanta-la (assim como fazem a fogueira de Ayrá em Candomblé Nagô), e sua comida é servida quente ainda fresca para todos do Inzo (casa) e visitantes. Loango se adorna de branco e alguns detalhes em vermelho e marrom, carrega em suas mãos uma espécie de machado de um só lado e na outra uma espécie de lança que aparenta o formato de um raio. 
O poder de Loango nasce no cair de um raio, no barulho de um trovão, na bater do martelo do juiz, na justiça que acontece. E uma das coisas que mais enfurece este Nkissi é alguma injustiça acontecer, o fato de um inocente ser julgado ou um ato de covardia é com certeza aquilo que mais desagrada Loango em todos os aspectos, por isso seus adeptos devem ser sempre leais, fiéis, justos e sérios.

Loango é comparado erroneamente por muitos  com o Orixá Xangô ou também com Orixá Ayrá dos Nagôs. Ainda dentro das idéias religiosas Afro Bantu, quando em uma aldeia uma casa é atingida por um raio, a família é banida da comunidade, pois acreditam que tal fato ocorreu devido à erros graves cometidos por aquelas pessoas.
 Também é a atribuída à essa Hamba (Divindade) o sentido da justiça, de modo à punir severamente os falsos, traidores e criminosos, muitas vezes até com a morte. Essa divindade dos povos Bantu, atua com ênfase no mundo psíquico dos seres humanos. 



Nzazi - O espírito do raio

Nkissi Nzazi


Nzazi, Zaze ou Tariazazi (O Senhor dos Raios), seu nome se origina da palavra Nzazi, que quer dizer "RAIO", razão pela qual essa divindade está associada ao fogo, bem como intimamente ligada aos trovões, raios e as pedras segmentadas formas pelo choque causado pelas descargas elétricas naturais, ao tocarem o solo. Nzazi é comparado erroneamente por muitos, ainda dentro das idéias religiosas africana Bantu. Quando uma casa é atingida por um raio, a família é banida da comunidade, pois acreditam que tal fato ocorreu devido à erros graves cometidos por aquelas pessoas. Também é atribuído o sentido da justiça, de modo à punir severamente os falsos, traidores e criminosos, muitas vezes até com a morte. Nzazi o mais temido e respeitado de todos os reis, talvez estejamos diante do Nkisi mais cultuado e respeitado no Brasil. É portanto o principal tronco do Candomblé Angola do Brasil, Nzazi é o rei das pedreiras, senhor dos coriscos e do trovão, pai de justiça é o Nkisi guerreiro, bravo e conquistador, Nzazi também é conhecido como o Nkisi mais vaidoso, entre os deuses masculinos africanos. É monarca por natureza, Nzazi também é representado pela pedreira é a pedra seja ela qual for, o fogo interior da terra, a lava do vulcão é o próprio vulcão. Está presente em todos os lugares rochosos e arenosos e também muito ligado ao calor do Sol, o justiceiro da natureza, aquele que manda castigar e que também castiga. Nzazi está presente em muitos momentos importantes de nossas vidas, como por exemplo: nas decisões judiciais, na voz da prisão, na autoridade do professor, do policial, do juiz, do pai ou da mãe, tio, avô, irmão mais velho ou responsável, Nzazi é a atitude digna, a fortaleza, a decisão final, filho de Lembá, Nzazi nasceu para reinar para ser monarca e como Nkosi, para conquistar e solidificar cada vez mais sua condição de chefe. Uma das lendas que mostra bem o senso de justiça de Nzazi, é aquela que conta a história feita pelo deus do trovão. Nzazi, acompanhado de numeroso exército à frente e com o exército inimigo, seus opositores tinham ordens de não fazer prisioneiros, destruir o inimigo desde o mais simples guerreiro até os ministros. E ao longo da guerra, foi exatamente o que aconteceu, aqueles que caíam prisioneiros dos exércitos inimigos de Nzazi eram executados sumariamente sem dó ou piedade, sendo os corpos mutilados devolvidos para que Nzazi visse o suposto poder de seu inimigo. Batalhas foram travadas nas matas nas encostas dos morros nos descampados. Nzazi perdeu muitos homens, sofreu grandes derrotas, pois seus inimigos eram impiedosos e bárbaros. Do alto da pedreira Nzazi meditava, elaborava planos para derrotar seu inimigo, quando viu corpos de seus fiéis guerreiros serem jogados ao pé da montanha, mutilados, com os olhos arrancados e alguns com a cabeça decepada, isto provocou a ira de Nzazi que num movimento rápido e forte chocou seu machado contra pedra, provocando faíscas tão fortes que pareciam coriscos. E quanto mais forte batia mais os coriscos ganhavam força e atingiam seus inimigos. Levantando seu machado em direção ao céu, Nzazi gerou uma seqüência de raios destruindo os chefes inimigos e libertando os guerreiros que logo passaram a servi-lo com lealdade e fidelidade. Assim Nzazi mostrou que a justiça está acima de tudo e que sem ela nenhuma conquista vale a pena e o respeito pelo Rei é mais importantes que o medo. O elemento fundamental de Nzazi é o fogo.


domingo, 1 de maio de 2016

As nove penas de pássaros mais sagrados dentro do culto Iorubá.

Pássaros sagrados do culto Iorubá


Entendemos que, por pássaros sagrados temos um dos maiores simbolos a galinha d'angola e o pombo certo? Sim! e realmente são! Porém, quando se trata de cultos ritualísticos de onde iremos utilizar essas penas com uma forma mais objetiva e direta, utilizamos dai o que chamamos de "Eyés àtí àwo", ou seja, Os pássaros sagrados do culto. Quando se cultua energias ancestres é necessário que, esse culto seja direto mas, cauteloso e bem executado, para isso utilizamos de objetos de sacramentos que nos auxiliará nestes cultos como no caso o "Isán", uma espécie de vara utilizada pelos Olojés nos cultos à Babá Egúngúns e o "Sére nos cultos Ogbónni. É necessário compreender que, o uso de objetos de sacramentos vindo de animais são bem mais sagradas do que aquelas retirada de árvores, pedras ou metais. Neste caso temos as penas que nos auxilia em cultos ancestre como o culto à Egúngún, Iyá-Mí, Esú, Obatalá, Ogún, Orò, Ibejí, Orí e demais cultos de onde se invoca energias antigas e de antepassados coligados à nós.
Nove Penas de pássaros Sagrados mais utilizadas no culto conhecidas como:Penas Sagradas
Odidé (Papagaio da Costa ou Papagaio Cinza)

Odidé (papagaio da costa), a pena que cai do rabo é chamada Ekodidé e é utilizada principalmente nos ritos de Ifá, Iyami, Esù e Ori, afim de fazer algo sagrado, providenciar proteção contra ataque de maus espíritos, agressividade, perversidade, etc.
Como diz um Itan Ifá, “Aquele que deseja felicidade por onde quer que vá, use o Ekodidé”. É por isto que o Yawo usa o Ekodidé todo momento em reclusão, aquelas três voltas que ele dá no meio do Ile-Sire (salão de festa) simboliza suas futuras
andanças pelo mundo, é compreendido como um pedido de direção, proteção na vida e felicidade.

Lekèlekè (Garça Real)

Lekeleke (Garça real), a pena é utilizada nos ritos das Iyami, Ori e Obatala na finalidade de amparo, tranqüilidade e conforto.

Agbe (Turaco-Azul)

Agbe (Turaco-Azul), a pena é utilizada nos ritos das Iyami, Esù, Ogun e Ori na finalidade de neutralizar perversidade, atritos e atrair bons negócios.

Alukó (Turaco de bico vermelho)

Aluko (Turaco de bico vermelho), a pena é utilizada nos ritos das Iyami, Esù e Ori na finalidade de obter sorte, sucesso e proteção.

Igun ou Gunungun (Abutre/Urubu)

Igun ou Gunungun (Abutre/Urubu), a pena é utilizada nos ritos das Iyami, Esù e Ogun na finalidade de alcançar objetivos na vida, evitar separação no matrimonio ou conquistar o homem.

Owiwi Aramago (Coruja)

Owiwi Aragamago (Coruja), a pena é utilizada em ritos das Iyami, na finalidade de obter proteção contra os perversos espíritos da noite, ameaças e inveja.

Apáro (Perdiz/Codorna)

Aparo (Perdiz/Codorna), a pena é utilizada em ritos das Iyami, Ogun na finalidade de obter proteção contra perseguições, feitiçarias, evitar separação no matrimonio ou conquistar o homem.

Axáwo (Falcão)

Asawo (Falcão); a pena é utilizada em ritos das Iyami, a fim de obter proteção contra os perversos espíritos da noite, contra feitiços e inveja.
Awodi (Gavião)

Awodi (Gavião); a pena é utilizada em ritos das Iyami, a fim de obter proteção contra ataque de espíritos perversos, contra feitiços e agressão.

Odu Ejiogbê
Este Odu ensina que a coroa de Olofin é composta de dezesseis penas de ekodidé, porque era desta forma que homenageava sua própria cabeça.

Iré Ó!!

Nação Nagô-Vódun

Símbolo que junta os povos Dahomeanos com os Iorubás
(Povo Djedje-Mahí e Nagõ Ketú)


Nago-Vodun, como o próprio nome indica, é uma modalidade de candomblé com elementos conjuntos, Jeje e Ketu. Foi uma maneira criada para que as práticas complexas do ritual Jeje não se tornassem esquecidas pela força da mídia que via nas casas de candomblé Ketu, ou Nago o melhor exemplo de culto africano aqui instalado.

Oxúmarê é associado à Dan
(espirito da serpente)
Essa fusão de crenças não se deu no Brasil, exatamente. Já havia ocorrido em África. Eram povos vizinhos próximos, e nos mapas atuais podemos verificar um traçado vertical que delimitou os dois países a partir de 1885 através de um tratado político. Como conseqüência, algumas cidades nagôs ficaram localizadas em território do que é hoje o Benin, e a outra com a República da Nigéria.

Esta vizinhança permitiu um sincretismo cultural-religioso entre os dois, facilitado pelas guerras e capturas de escravos, a convivência de vida e o casamento com mulheres prisioneiras. A assimilação entre Vodun e orixá surgiu aí e foi trazida na lembrança pelo tráfico escravo.

O Jeje teve dois importantes centros, Bahia e Rio. Na Bahia, mais precisamente em Cachoeira e Salvador, a titularidade seguiu o sistema matriarcal, ou seja, sempre dirigido por mulheres, cuja denominação possuía variantes de acordo com a iniciação que seria feita. Doné, Mejitó e Gayaku, esta última com a finalidade de definir as iniciações de orixás dos candomblés Ketu, validando a expressão Nago-Vodun.

Oxóssi é associado à Otolú
(espirito da caça)
No Rio , o candomblé Jeje teve seu desenvolvimento a partir de 1874, através de Rozena de Besen, e logo depois por Mejitó, que se permitiram uma fidelidade ao princípio matriarcal de liderança. Em 1930, vem para o Rio, Antonio Pinto de Oliveira, mais conhecido por Tata Fomutin que viria a ser o precursor do Jeje-baiano, dando início a uma extensa família entre filhos, netos e bisnetos de santo. Iniciado em 1912, em Cachoeira, e como os demais baianos que aqui se instalaram, não seguiu a titularidade matriarcal, pois ele mesmo foi uma primeira exceção masculina. A denominação de Doté para definir um cargo masculino viria a ser popularizada mais tarde.



Iniciado em 1912, em Cachoeira por Maria Ogorensi, numa estrutura toda identificada com as mulheres, e por morar em Salvador, afasta-se e busca conhecimentos no Engenho Velho. Seu orukó, ou seja, seu nome iniciático era Osun Deyi , uma expressão yorubá como seria também, a de seus futuros filhos. Isto, talvez, explique a razão de seus iniciados terem orixás e orukó segundo as tradições do candomblé ketu. Fomutin teve o mérito de lembrar esta ajuda denominando seu terreiro no Rio de Kwe Ceja Násò, em homenagem à Iyá Násò, a matriarca absoluta do candomblé do Engenho Velho.

Xangô é associado à Sogbô
(espirito do fogo)
Posteriormente, tudo viria a ser corrigido após sua morte, fortalecendo o conceito do ritual Nagô-Vodun. Os filhos por ele iniciados passaram a substituir os nomes recebidos por expressões Jeje e o Orisás feitos, “assimilados” aos Voduns. E isto vem sendo observado atualmente. Pessoas iniciadas para Osoosi , com vestimentas, comidas, cores e símbolos de Osoosi, mas dizendo-se de Gagaotolu; Os um tornou-se Aziri Tobosi , mas continuou o comer o Omolokum, a usar o abebé, o adê com o chorão, uma tradição eminentemente yorubá. Omolu passou a ser Azansun. Se no original a palha-da-costa era de cor natural, passou a ser tingida de vermelho. Sangô tornou-se Badé, Sogbo ou Akorombé. Mas comendo Amalá, usando o oxê, coroa e outros símbolos do orixá yorubá.

Diante deste quadro, algumas questões são inevitáveis. Afinal, Vodun e Orisá possuem os mesmos atributos? São as mesmas divindades com nomes trocados? Já foi afirmado que os Minkisi da nação de angola seriam os mesmos Orisás yorubá com outras denominações. Seria a mesma coisa com determinados Voduns do Jeje? Acreditamos que os Voduns tenham suas qualificações e atitudes próprias, mas que diante destas “assimilações”, a identidade cultural que possuem venha sendo perdida. Esta pode ser uma idéia para investigação profunda entre os estudiosos identificados com os candomblés Jeje.

Konlonfé!!


Ètútù - O complemento do Ebó.



Um dos grandes presentes de Ifa encontra-se em sua habilidade de oferecer o remédio para toda a situação àqueles que estão dispostos a procurá-lo e a ouvirem aquilo que ele tem a dizer. Assim prescrever o Ebo é uma habilidade que deve ser cultivada e refinada, porque toda a arte requer do Ebo além da oferta que estamos dispostos a fazer, um comprometimento sincero com a oferenda para que possamos experimentar de forma sincera as transformações que irão ocorrer.
Muitas vezes presenciei em minha vida de sacerdote, pessoas desesperadas afirmarem que sua vida não tem mais solução. Melhor que reconhecer a responsabilidade pessoal que acompanha o Ebo, seria reconhecer as responsabilidades de nossas ações, pois muitas vezes agimos como que esperando que a repercussão dos meses, dos anos, ou mesmo das décadas de acumulo de energias negativas, possam ser milagrosamente transformados em um instante. E quando os resultados da vida se alteram e não são vistos imediatamente, o Ebo e freqüentemente a divinação são tachados como errôneos. Isto infelizmente e uma prática comum ao mundo moderno, uma espécie de fuga ou de relutância em relação às responsabilidades com nossa própria vida.
A mudança tem que ser vista como um processo interativo e requer que nossos compromissos pessoais estejam sempre em desenvolvimento, aliados sempre a uma boa postura e a um forte Iwa(caráter). A verdade é que o ètùtù promove mudanças de fato em nossa vida de uma maneira muito prática e tangível, injetando energia em nossa essência e no universo à nossa volta criando novas possibilidades, que precisam ser bem administradas para que profundas e verdadeiras mudanças possam ocorrer. Externar o desejo e o verdadeiro comprometimento com esta intenção é a maneira mais correta de promover essas transformações, este é um ponto simples e importante de recordar, pois cria a possibilidade de algo novo e diferente.
Porém e necessário compreender que a fim de conseguir retificar nosso destino, devemos usar nossos olhos para perceber as mudanças que o Ebo criou, e nossa determinação para agirmos em cima dela, caso contrário, se não agirmos para podermos colocar essas transformações em prática, continuaremos presos aos mesmos problemas, sem conseguir fazer com que nossas novas perspectivas interajam com o potencial de transformação criado pelo Ebo, caindo fatalmente em um período de estagnação criado simplesmente por falta de postura em relação a nossa própria vida.
Para aquelas que reconhecem a função verdadeira do ebo, as responsabilidades pessoais que vêm junto com ela realizam-se tão claramente quanto o dia. Compreender os benefícios do Ebo, experimentando assim a totalidade de nossos potenciais, assimilarem que a direção de nossos destinos repousa em nosso Orí e a primeira etapa para podermos explorar a totalidade de nossa capacidade, assim não apenas reivindicando e sim contribuindo para que possamos vivenciar a felicidade que temos por direito, assim como a paz e o próprio bem estar.
Enquanto observado para pessoas alheias ao seu potencial de transformação o Ebo é muitas vezes comparado a uma simples prescrição.
É necessário entendermos que cura e totalmente diferente de transformação, a cura e estabelecida após o mal já estar instalado, já a transformação além de explorar o potencial da cura busca também agir na origem do problema, procurando identificar o que gerou o mal.
Se nosso próprio medo, relutância, negação são a causa de eventos infelizes em nossas vidas, o Ebo explorando o seu poder de transformação e agindo no foco do problema torna-se eficaz impedindo que uma progressão negativa permita a instalação de males.
O verdadeiro processo de cura encontra-se na prevenção, isto requer esforço e foco contínuo na origem de nossos problemas.
O Ebo prescrito durante a divinação ajudará temporariamente ao indivíduo, porém volto a frisar que se não houver uma mudança de postura a mudança será apenas temporária, ou seja, não é o bastante oferecer uma vela para sairmos da escuridão; nós devemos abrir nossos olhos para perceber e mover-se ativamente até a luz.
É imperativo ao nosso crescimento que nós consigamos assimilar e agir dentro da energia explosiva que está sendo evocada ao realizarmos o Ebo, seguindo-a completamente.
Finalmente, somente o esforço de um indivíduo pode sustentar um resultado alterno e digno. Uma parte de minha própria viagem em Ifá foi destinada a poder observar e a assimilar o mundo natural ao meu redor, podendo assim compreender como as energias naturais interagem entre si e principalmente ao entender os seus conceitos compreender a necessidade de manipulá-las para a solução dos problemas chegando ao bem estar.
Nós podemos ver como o vento e as águas se movem através das gargantas e as fendas, encontrando penhascos e outros obstáculos, no entanto fazendo os ajustes necessários eles sempre alcançam seu destino.
Assim nós, como seres humanos, não devemos ver nosso próprio crescimento como impossível como algo miraculoso ou como algo além de nosso próprio poder, muitas vezes impedido por obstáculos imaginários, embora muitas vezes tivesse dificuldades em crer é fácil para todo o organismo evoluir e se aprimorar desde que realmente desejemos isso e ao invés de ficarmos aguardando, contribuirmos para que as transformações ocorram em nossa vida.
Os princípios básicos de Ebo operam dentro desta lei natural, e esta é talvez a coisa mais importante que meus Anciões me ensinaram.
É simples plantar uma semente, o difícil e fazê-la germinar, a divinação e o Ebo dão-nos as ferramentas para crescer, basta apenas percebermos como usá-las.
Ire o.
Por: Olúwo Ifágbèmí Odùyemí e cedido ao Instituto Awololá
Fonte: O Candomblé - Mundo dos Orixás.