quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Badé - O filho do trovão

Vódun Badé

Badé ou Gbadé é um vódun jovem, guerreiro e brigão. É o filho mais velho de Sogbo e irmão de Akorumbé. Habita os vulcões e é um vodum ligado ao fogo, assim como Sògbò. Badé é também como citado acima um vódun guerreiro, ligando-o não somente à guerra mas também a morte. É impiedoso e severo, tende a não perdoar com muita facilidade, pois é tido como frio e rígido por todos os vóduns.
Vódun Badé pode ser associado como o orixá Xangô dos yorubás mas, precisamente à orixá Ayrá, devido as semelhanças que Badé tem mais com Ayrá do que com o próprio Xangô. Badé se adorna de branco na maior parte de sua vestimenta e suas ferramentes também incluem uma chave assim como Ayrá também possui. É dito pelos Ewe-Fons que à Badé foi dado a chave do céu e somente ele pode ligar um ao outro, sem a permissão de Badé, não há chuva, não há sol, não há arco-íris e não há lua, pois, foi dado à ele por Mawú o direito de coordenar aquilo que pode passar de um mundo para o outro, então Badé está associado também aos vóduns do céu, mas com sua ligação com as chuvas, tamb´rm se liga aos vóduns das águas. Mas, é um dos "cabeças" dos Kavionos, vóduns do fogo e também é um dos chefes das tropas de Hevie, terra de seu pai, onde passou suas tropas para seu irmão mais novo Akorumbé após sua morte.
Existe uma lenda que conta o quanto Badé é mais associado à Ayrá. Muitos sabem que Ayrá é na verdade oriúndo de Savé terra dos vóduns, onde até hoje ainda existe um templo à seu nome. Quando Ayrá ainda morava nas terras de Savé, Badé e suas tropas tentaram invadir às terras de Savé para seu pai, então juntou com Akorumbé seu irmão foi fortemente armado para conquistar às terras de Savé. Ao chegar se depara com as fortes tropas de Ayrá, este então atacou com força e sem piedade às tropas de Badé. Parte de Savé foi destruída devido a guerras entre os dois guerreiros, acabando no final Ayrá perdendo o embate. Então Ayrá foi sentenciado para o exilio de Savé, onde foi conviver após alguns anos em Oyó. Mas ainda permanecendo seus cultos em Savé, então vários adeptos dos costumes de Ayrá tiveram que aderir Badé no seu culto, e pela semelhança dos dois, começaram a pertencer de um só culto juntos. Tanto que é citado as passagens de Badé e Ayrá em uma das rezas de Xangô. Ambos são guerreiros, ambos são do raio, amobos usam branco, então era mais um motivo para a confusão desses cultos.
Há quem diga que Ayrá não foi exilado mas teve seu templo dominado por um dos Alafíns de Oyó nos séculos XV e que ao chegar no Brasil, os cultos foram unificados, o que explicaria um dos motivos de ter se misturado os cultos de Xango, com Ayrá e Badé dos fons.
Suas cores variam entre vermelho, branco, amarelo e azul. Também está ligado ao céu e à chuva.



3 comentários:

  1. Na Casa Grande das Minas do Maranhão (Querebentan de Zomadonu), Badé é considerado o mais jovem vodun da Família de Quevioçô. Sendo, por isso, chamado carinhosamente de Nenem Quevioçô.

    É temperamental, intrépido e voluntarioso. Sendo muito apegado e mimado por sua mãe, Sobô. Ali uma Divindade feminina. Se diz que Badé, se diverte derrubando as árvores, e que pune os malfeitores retalhando seus corpos através da ação do raio. Necessitando muitas vezes, da intervenção de Sobô, para conter sua fúria.

    Apesar de violento, seu jarro votivo é um dos maiores no comé sagrado. Evidenciando claramente sua importância.

    Nochê Andressa Maria (Andresa Maria de Sousa Ramos / Rotópameraçuleme - Ronçoiama), dizia que Badé deve ser saudado, quando o relâmpago se abre no céu. "Oh Badé, me dê sua mão. [Me ajude]."

    Na Casa das Minas, Badé não fuma e nem fala. Se comunica através de gestos, que são interpretados por sua irmã gêmea Abé. Que fala, e exerce a função de toqüém para os outros integrantes da Família de Quevioço.

    Outrora, em templos tradicionais Jeje da Bahia, havia uma cerimônia muito bela em homenagem a Badé. A qual rememorava um mito, que narra as andanças de Badé pelo mundo, em busca do colar real de Sobô, por ele (Badé) perdido.
    A culminância da cerimônia, é quando Badé manifestado, descobre aonde está o colar.Previamente oculto.
    Evidentemente, tratasse de um teste para a legitimidade do transe. Semelhante a prova do zô, bastante conhecida.

    Acredita-se que a origem de Badé, seja o território Mahi. Onde é chamado de Gbamé-Sô ou Gbadé.

    Devido a muitas semelhanças, Badé é associado a caminhos -qualidades jovens de Xangô. A exemplo de Baru.

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