Os negros escravos que vieram para o Brasil saíram de vários pontos do continente africano: da costa ocidental, entre o Cabo Verde e o da Boa Esperança; da costa oriental, de Moçambique; e mesmo de algumas regiões do interior. Por isto, possuíam os mais diversos estágios de civilização. O grupo mais importante introduzido no Brasil foi o sudanês, que, dos mercados de Salvador, se espalhou por todo o Recôncavo. Desses negros, os mais notáveis foram os iorubas ou nagôs e os jejes, seguindo-se os minas. Em semelhante estágio de cultura encontravam-se também dois grupos de origem berbere-etiópica e de influência muçulmana, os fulas e os mandês. Mais atrasados do que o grupo..sudanês estavam os dos grupos da cultura chamada cultura banto, os angolas, os congos ou cabindas, os benguelas e os moçambiques. Os bantos foram introduzidos em Pernambuco, de onde seguiram até Alagoas; no Rio de Janeiro, de onde se espalharam por Minas e São Paulo; e no Maranhão, atingindo daí o Grão-Pará. Ainda no Rio de Janeiro e em Santa Catarina foram introduzidos os camundás, camundongos e os quiçamãs.
Os bantos encontravam-se na fase do fetichismo - adorando árvores e símbolos toscos, no sistema da propriedade coletiva - com uma rudimentar organização de família - e do governo patriarcal.
Dos portos onde os negreiros desembarcavam, os negros eram, depois de vendidos, transportados para as fazendas do interior. De Recife, eles chegavam até Alagoas; do Rio, eram levados para Minas e São Paulo; de São Luís do Maranhão, atingiam o Grão.Pará; e de Salvador, todo o Recôncavo.
Importar escravos negros era uma atividade rendosa para os portugueses. Os próprios reis africanos ou os chefes de tribos ofereciam à venda prisioneiros de guerra ou pessoas de seu próprio povo (por vingança). Têm-se notícias que na Bahia chegaram até princesas africanas como escravas.
Capturados nas mais diversas situações, como nas guerras tribais e na escravização por dívidas não pagas, os primeiros escravos africanos provinham de Angola e Guiné e eram transportados nos chamados ‘navios negreiros’. Esses navios, destinavam às cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Luís, e delas eram transportados para as regiões mais distantes. Durante as viagens, muitos escravos morriam em decorrência das péssimas condições sanitárias existentes a bordo, e pela super lotação. Quando desembarcavam em solo brasileiro, os escravos eram vendidos em mercados conhecidos. Os mais fortes e saudáveis eram os mais valorizados.
O comércio de escravos era tão importante, que a cidade de Tombuctu, (hoje no Mali), chegou a ser uma das mais prósperas da África Ocidental no século XVI, porque era um entreposto deste tráfico e movimentava grande quantidade de dinheiro.
Durante a ocupação de Pernambuco, a aquisição de mão de obra escrava tornou-se imperativa para o sucesso da colonização holandesa. Os holandeses passaram a importar escravos para trabalhar nas plantações. A Companhia das Índias Ocidentais começou a também a traficar escravos da África para o Brasil.
Para o Brasil, vieram escravos iorubás, daomeanos, hauçás, tapas, mandingas, angolanos, nagôs, congos e moçambicanos. Na maioria das vezes, os escravos eram adquiridos através do escambo, isto é, trocados principalmente por tabaco, rapadura e cachaça.
Quanto as funções que exerciam, existiam três tipos de negros:
1. escravo de eito (usados na agricultura ou na mineração),
2. escravo do ganho (exerciam ofícios e prestavam serviços a terceiros mediante remuneração para o seu proprietário)
3. escravo doméstico (exerciam os trabalhos domésticos).
Em Minas Gerais, conforme estimativa de 1831, um terço dos domicílios urbanos possuía escravos. ‘A escravidão negra era amparada por um amplo consenso nacional, que incluía o Estado, a igreja católica, a elite e a plebe. ’
Em 1628 no Brasil já existiam 30.000 escravos.
Bem-vindos! (E Kaabo!) Blog Oficial da página de Facebook Àláketú Odé. Neste Blog tratamos de assuntos visando o estudo da África e suas etnias. Abordando assuntos de religiões afrobrasileiras, africanas e até mesmo de infuências da matriz africana, tais como: Candomblé, Umbanda, Batuque, Xambá, Ifá-Lukumi, Catimbó, Tambor de Minas e também abordamos sobre o Isese (Religião Tradicional Yorubá) e seus conceitos. Odé ire o!! Asé!!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário