Vódun Heviossô |
Heviossô, Hebiosso, Kheviossô, Xêvioso ou Xêbioso é o Vodun do céu (está entre os Ji-vodun) que se manifesta em forma do trovão e raio, ele é associado ao orixá dos yorubas Xangô. Ele é o segundo filho do Mawu e é considerado um Vódun de justiça que castiga ladrões, mentirosos, criminosos e malfeitores (incluindo feiticeiros e pessoas que praticaram alguma injustiça). Os seus símbolos são o raio, o carneiro e o fogo, e seus emblemas são a cor vermelha, o sô-kpé ("pedra de raio") e o sossiovi (machado de uma lâmina com forma de cabeça de carneiro). Heviossô tem vários filhos, entre os quais Sogbo, Akorumbé e Averekéte.
O culto de Heviossô é originário do território Hwedá, ou seja, da mesma área de onde veio o culto de Dangbé, mais particularmente, da cidade de Hevié, a qual originou seu nome Hevié-Sô (o trovão ou fogo, de Hevié), depois ele foi incorporando outras divindades do trovão locais, como Gbamé-Sô, do território Mahí, que mais tarde se tornouGbadé, além de Djakata, de origem yorubá e outras, que foram identificados como "filhos de Heviossô". Os iniciados de Heviossô trazem na fronte uma marca feita durante a iniciação com escarificações e tatuagem feita com cinzas de certas substâncias e pelo uso de uma gargantilha feita de algodão torcido (hunkan). Em algumas regiões, seus iniciados ainda usam um colar de contas vermelhas de doze fios (hunjevé).
Na cultura fón tradicional, quando uma pessoa morre punida por Heviossô (queimada em incêndio ou fulminada por um raio), seu cadáver não é enterrado imediatamente. O corpo é exposto em um cavalete diante do hunkpame de Heviossô com dinheiro e presentes, e um sacerdote sai e "come" ritualmente o cadáver, tocando-o repetidamente com a mão direita e levando-a à boca. Depois recolhe o dinheiro e os presentes e asperge o cadáver com substâncias simbolicamente "calmantes". Só então a família pode levar o cadáver para o funeral. O processo pode demorar vários dias, ao longo dos quais a família pode acrescentar mais presentes para o templo.
Heviosso na história:
As informações mais antigas que encontrei sobre os Voduns do panteão do trovão, datam do final do séc. XV e princípio do séc XVI.
Nas aldeias lacustres, nos arredores do atual Allada, era cultuado o Vodum Setohoun (espírito da laguna).
Quando Setohoun chegou a aldeia de Hevie (reviê), os nativos o batizaram com o nome de Hevioso ou Hebyoso (na minha opinião Hevioso seria o mais correto, visto a sua tradução ser: hevi: nome da cidade e oso ou so: raio = raio de Hevie).
Em Dahomey ele recebeu o nome de Xevioso, quando chegou trazido por uma nativa da aldeia de Hevie.
Na cidade de Mahi era cultuado o Vodum Djiso (djisô) na tribo Djétovi. Nesta mesma cidade, também eram cultuados os Voduns: Gbame-so (bamé-sô) que tudo indica ser o mesmo Bade que conhecemos no Brasil; Akhombe-so (acrombé sô); Ahoute-so (aroutêsô) e Djakata-so (djacatá-sô).
Vale assinalar que em toda a região do Dahomey atual Benin, até os dias de hoje, todos esses Voduns inclusive o Orixá Shango são chamados de SO (sô), que quer dizer raio.
Sogbo era e ainda é, para o povo daometanos a grande deusa, mãe de todos os Voduns So e irmã de Hevioso. Junto com seu irmão lidera a família.
A partir do meado do séc. XVI o culto desses Voduns se espalhou por todas as regiões do Dahomey. Com essa expansão, novos Voduns foram surgindo.
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