Kíníùn - Fúnfún (Leão Branco símbolo da nação Efon em tributo ao rei na nação Olokê, o prórpio Leão Branco) |
Efon ou Efan é uma nação grande e com grandes òrisás.
Na África a nação ainda existe, e lá ainda cultuam-se muitos òrisás que
se perderam no caminho para o Brasil. Devido a influência Ketu, a nação de
Efon, perdeu um pouco de sua raiz, que hoje tentamos resgatar.
De uma forma simples e resumida conto a história da casa que
é o berço dos Efon no Brasil, o "Asé Yangba Oloroke ti Efon"
ou simplesmente como é chamado o Terreiro do Oloroke, situado à Rua Antonio
Costa (antiga travessa de Oloke) nº 12, no bairro do Engenho Velho de Brotas -
Salvador - Bahia, para que quando alguém ouvir falar de nosso Asé saibam
quem somos e de onde viemos.
Em primeiro lugar vamos à origem na África, mais exatamente
em Ekiti-Efon (não confundir com Ifon, a terra de Òsòòlufàn) no Brasil
usa-se o termo "Lokiti Efon" e onde reina absoluta aquela que é a
rainha da nação no Brasil, Efon, ou seja, Òsún.
Pois é bom esclarecer que Òsún, nossa matriarca, é
nascida em Ekiti-Efon, onde ela era considerada a mãe de Lògùnédé, Yemonjá e do
Awujale de Ijebu-Ere, no estado de Ekiti (Onadele Epega). Para concluir podemos
traduzir o nome da divindade Efon dos tempos Lailai como sendo Òsún,
nome de seu rio e onde guardava seus tesouros, companheira inseparável de
Oloroke que é seu pai, ficando assim esclarecido o porquê da casa chamar-se
terreiro do Oloroke e Òsún ser a dona do Asé, sendo ele louvado juntamente
com Òsún nos nossos principais ritos.
Desta localidade, que veio para o Brasil na condição de
escravos por volta de 1850 o fundador da nação no Brasil, um Tio Africano,
chamado José Firmino dos Santos, mais conhecido como, Tio Firmo (Òsún
Tadè) que veio da região de Ijesá que inclui Adô Ekiti, Ifon, Akurê,
Ilesa, Ikirê, Ekiti Efon etc. Sua cidade natal seria Ilesá na antiga Ijesá
onde foi iniciado para Òsún, e foi na cidade de Ifon que ele se iniciou
em Ifá e recebeu o nome de Baba Erufá.
Juntamente com ele, veio uma princesa de Ekiti-Efon, de nome
Maria da Paixão (Adebolu), mais conhecida como Maria Violão, trouxe como órisá
particular rei da nação, Olorokè (Aquele que é cultuado no alto). Como Adebolu,
seu nome, significa: A coroa que cobre a terra símbolo real por excelência.
Por volta de 1860 Tio Firmo e Maria Bernarda fundam o Asé
Olorokè no engenho velho de Brotas, onde encontra-se até hoje, plantando
ali o Asé de Òsún e com isto além de fundar uma casa fundam
também a Nação Efon. Mais tarde tio Firmo passa a viver maritalmente com Maria
Bernarda da Paixão que era sua governanta e passam a dividir as funções do Asé.
Ile Axé
Oloroke ou Terreiro
do Oloroke da nação Ekiti-Efon é uma casa de Candomblé dedicada
ao culto de Orixás de Árvores, como Orixá Okê (rei da nação), Orixá Okô, Orixá
Irokô, Opáoká e outros, situada à Rua Antonio Costa (antiga travessa de
Oloke) nº 12, no Engenho Velho de Brotas, Salvador - Bahia.
Acredita-se que nesta época ambos já eram libertos. Os Igbás
ou assentamentos dos órisás foram trazidos da África e estão até a
presente data preservada no Iylè. La encontra-se a Òsún de Tio Firmo e
Oloke de Maria Bernarda entre outros. Apesar da libertação dos escravos, a
perseguição a cultos Afros foi intensa e conta-se que Tio Firmo foi preso por
várias vezes. A árvore do Iroko, um dos símbolos da casa, foi plantada após a
libertação dos escravos.
Tio firmo vindo a falecer por volta de 1905 , fica a frente
do Asé, Maria da Paixão (Adebolu). Maria Violão iniciou várias pessoas entre os
quais podemos citar Mãe Milu que foi a Iyá kèkèrè do Asé, Matilde de
Jagun (Baba Oluwa) sua sucessora e terceira mãe da casa, Cristóvão Lopes dos
Anjos (Ògún Anauegi) , Celina de Yemonja (esposa de Cristóvão), Paulo de Sango,
filho carnal de Mãe Milu, Crispina de Ògún, a quinta pessoa a governar o Asé,
e muitos outros.
No dia 4 de outubro de 1936 morre Maria Bernarda da Paixão
aos 94 anos de idade. Após muitas divergências assume a casa Matilde de
Jagun, Baba Oluwa, que fez muitos iyawos entre os quais Noélia de Osún e
Emiliana também de Osún. Tia Matilde tinha vontade que Waldemiro de Sàngò
(Obálokitiassi) feito na casa por Cristóvão Lopes dos Anjos (Ogun Anauegi) e
que tomou 7 anos com ela assumise o Asé quando ela fosse. Mãe Matilde
vem a falecer no dia 30 de outubro de 1970 aos 67 anos de
idade.
Após o falecimento de Matilde quem assume a casa é Cristóvão
de Ògún que faleceu no dia 23 de setembro de 1985 aos 83 anos de idade. Após a
morte de Cristóvão, a casa do Àsé ficou fechada. Waldemiro de Sàngò
(Obálokitiassi) Baiano comprou a terra que fica o barracão, tentando assim levar
à frente para que o Asé não acabe. ( ....
)
Conta um outro itan, do
odu Ejiogbe, que o Oloke vivia pacificamente com seu povo na cidade de Ikere e
de repente apareceu Esu para avisar que as tropas de Ifé estavam a caminho da
cidade para uma invasão. O rei Oloke foi ao Babalawo da cidade e o odu que surgiu
foi Ejiogbe determinando que Oloke fizesse um ebó de 16 feixes de búzios
acompanhados de 16 peixes, 16 galos, 16 galinhas um carneiro que tivesse o
chifre com a ponta para o alto e um cabrito. O cabrito deveria ser sacrificado
na porta da cidade para Esu o portador da mensagem. O carneiro deveria ser
sacrificado à arvore Ose que havia na praça da cidade e os outros ingredientes
em volta da cidade em 16 pontos diferentes com o sacrifício dos galos e
galinhas.
Seus súditos não deveriam
usar nenhuma arma, apenas deveriam esperar na praça da cidade pacificamente. E
foi o que Oloke fez, após a conclusão do ebó prescrito sentou-se no centro da
praça em frente a grande arvore Ose acompanhado de toda sua gente e esperou
pacientemente a chegada dos invasores.
Quando os invasores
chegaram, um grande barulho se ouviu, a terra estremeceu e uma grande pedra de
nome Osunta cresceu e levou o povo de Oloke para as alturas onde não podiam
mais serem alcançados pelos invasores. Quando seu povo estava seguro no alto da
montanha, Oloke se transformou em lava vulcânica e desceu montanha abaixo
acabando com seus inimigos. Nesta montanha Oloke ficou conhecido pelo nome de
Oloosunta, a divindade tutelar da montanha Osunta.
Existe um cântico do
orixá que lembra bem esta passagem:
O Lor(i)ekun Omo dide
Wara wara
Si (o)ke si (o)ke
E lorekun lorekun
Wara wara si (o)ke si
(o)ke
Lorekun lorekun
Lorekun omo dide
Os filhos estão em pé
Ele (Oloke) pegará a
presa
Rapidamente a montanha se
abrirá (como um vulcão)
Ele pegará a presa,
pegará a presa
Rapidamente a montanha
vai se abrir
Ele pegará a presa,
pegará a presa
Seus filhos estão em pé
(a salvo)
Os Oke são muitos, Oloke
é o mestre de todos e entre alguns podemos citar: Oloroke, Oke Olumó, Oke
Badan, Olookuta, Oloosunta, Ori Oke, Oke talabi, Olota, Oba Oke, Arira Oke,
entre outros.
Ilê Axé Olorokê - Salvador - BA
Asé... Efon <3
ResponderExcluiraxé
ResponderExcluirMagnífico esse itan,eu gosto muito de todos os itans,eles enaltecem mais os nossos conhecimentos.
ResponderExcluirÀse ooo.
Awre Obrigado pelo esclarecimento
ResponderExcluirAsé
ResponderExcluirBoa tarde !motumba!gostaria tirar uma duvida! existe alguma defesa da casa a ogum ou essu! Que leva corrente e buzios? ( e ide) sou iniciado , nacao ekity efan ha alguns anos.passei pela nacao jeje marrim, onde fui iniciado! Sala keto.sou de Minas Gerais.passei afastado 11 anos .do candomble, agora consultando se retorno.conheci em sp .Omo de ODE ! estou em duvidas se faco tal ritual! Por favor me oriemte!mutumba asse: Eduardo
ResponderExcluirOlorum modupe
ResponderExcluirNa minha opinião, assuntos com relação a religiosidade devem ser discutidos com o zelador/zeladora. Nem tudo é verdade, nem tudo é igual. O aprendizado é diverso. Cada um ensina diferente por que aprendeu diferente.
ResponderExcluirQuantos orixas se faz no efon?
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